Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Niterói (RJ) - Os bombeiros resgataram até agora 14 corpos no Morro do Bumba, em Niterói, região metropolitana do Rio. O trabalho de procura dos corpos é feito com a ajuda de oito escavadeiras. O solo no local é instável e a chuva que caiu durante quase todo o dia transformou tudo num grande lodaçal.
O subcomandante do Corpo de Bombeiros, coronel José Paulo Miranda, disse que não está descartada a ocorrência de novos deslizamentos, por isso o trabalho tem que ser feito com muito cuidado.
“Se houver um escorregamento lá em cima, poderá chegar aqui onde nós estamos. Por isso nós temos que acompanhar com calma e cuidado, permanentemente vigiar o que está acontecendo na encosta. Existe risco iminente [de novos deslizamentos]. A encosta lá atrás está extremamente vulnerável e com as chuvas que estão caindo pode acontecer um novo deslizamento”, afirmou.
A quantidade de lama que desceu do antigo lixão no alto do morro é tão grande, que ainda não foi possível avistar sequer uma das dezenas de casas que existiam no local. Elas estão cobertas por uma camada de aproximadamente 5 metros de lama.
O deslizamento tornou irreconhecível a comunidade, que era cortada por uma rua principal até o alto do morro. Havia no local uma área comercial e social que também desapareceu. O sentimento no local é de tristeza, praticamente todos os moradores do bairro perderam algum parente ou conhecido.
“Perdi praticamente todos os meus amigos de infância que moravam lá“, disse Elenilson Ferreira, criado no Morro do Bumba e atualmente morador da comunidade de Tribobó, em São Gonçalo. Funcionário da Prefeitura de Niterói, ele estava de férias, mas quando soube da tragédia imediatamente saiu de casa e se prontificou a ajudar nos trabalhos de resgate.
Edição: Aécio Amado