Retomada das exportações brasileiras depende da reação americana e europeia, avalia Apex

20/02/2010 - 17h13

Isabela Vieira

Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A retomada das exportações brasileiras para o mesmo patamar de antes da crise financeira dependerá da reação dos Estados Unidos e da Europa. A avaliação é do presidente da Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira.

Os Estados Unidos e a Europa são os principais mercados do Brasil junto com a China. Esses países alavancaram as vendas externas do Brasil entre 2007 e 2008, que foram de U$ 197 bilhões no período. A expectativa para este ano é a dealcançar a marca de U$ 175 bilhões. “Não atingiremos a casa dos U$ 200 bilhões se o mercado europeu e americano não se recuperarem”, destacou Teixeira.

De acordo com o presidente da Apex, setores da economia no Brasil ainda amargam reflexos da crise, como o têxtil e de calçados, que só devem se recuperar no segundo semestre. O governo brasileiro deve anunciar nos próximos dias uma série de medidas de estímulo às exportações, mas o resultado pode demorar a chegar se o mercado internacional não retomar a demanda.

“Os Estados Unidos não recuperaram seu poder de compra e muitos analistas internacionais falam que a União Europeia sofre com um rebote da crise, que tem dificuldades sérias na recuperação do nível de emprego e, consequentemente, do consumo das famílias”, explicou.

A invasão de produtos chineses na América Latina também prejudica o comércio externo do Brasil. De acordo com a Apex, entre 2002 e 2008, as exportações brasileiras para a região cresceram 27,2% contra alta de 37,4% da China.