Escolha do novo presidente da CPI sobre corrupção no governo Arruda é adiada

28/01/2010 - 16h52

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Batista das Cooperativas (PRP), presidente interino da comissão parlamentar de inquérito (CPI) criada para investigar o supostoesquema de corrupção do Distrito Federal, adiou para  amanhã (29) aescolha do novo presidente da comissão. A ideia é que a eleição fosse realizada hoje (28). No último dia 26, Alírio Neto (PPS) deixou a presidência da CPI, por ter se desligado do Bloco Democrático Popular, coligação entre PMDB e PPS, que lhe concedia o direito de ocupar uma cadeira na CPI. Pelopouco tempo em que ficou na CPI, Alírio chegou a encerrá-la com base nainterpretação de uma decisão judicial, causando reação negativa daopinião pública e também de seu partido. O PPS passou a cobrar deAlírio explicações sobre o fim da CPI e para que ele adotasse a posição dalegenda a favor da apuração das denúncias de pagamento de propina adistritais e o afastamento do govenador José Roberto Arruda, acusado de ser o chefe do esquema. Dias depois, Alírio negou, emPlenário, ter anulado a CPI. O deputado Geraldo Naves (DEM), também aliado de Arruda, é umdos cotados para ocupar a presidência da comissão. Ele é o substituto deAlírio. Areunião de hoje da CPI serviu para os governistas atacarem o deputadoCabo Patrício (PT), presidente interino da Câmara, que adiou a eleiçãodo novo presidente para a próxima terça-feira(2). Em um discurso inflamado, Batista das Cooperativas disse que opetista fez “carnaval” e "secomportou como um cabo de terceiro escalão”. Geraldo Naves leu uma nota de repúdio ao petista,segundo ele, assinado por vários deputados, sem citar o número. PauloTadeu (PT) defendeu o colega de partido, enquanto a assessoria de Patrício nãocomentou as declarações dos deputados.Desde que a CPI foi criada, no início do mês, praticamente nãocaminhou. Os requerimentos aprovados pela comissão pedindo maisinformações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o inquérito daOperação Caixa de Pandora e convocando os diretores e donos dasempresas de informática suspeitas de abastecerem o esquema de propinanão tiveram andamento. O depoimento do ex-secretário de RelaçõesInstitucionais, Durval Barbosa, autor das denúncias, foi adiado, apedido do próprio ex-secretário.