Chanceler considera preocupante a instabilidade na Venezuela

28/01/2010 - 15h59

Renata Giraldi e Gislene Nogueira
Repórteres da EBC
Brasília e Davos (Suíça) - O ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (28) que é preocupante a ondade protestos em cidades venezuelanas, além da renúncia de diversosassessores diretos do presidente Hugo Chávez. No entanto, ochanceler disse acreditar é passageiro o momento de instabilidade nopaís vizinho. Amorim participa em Davos do 40º Fórum Econômico Mundial.Segundo ele, atendência é que a situação seja normalizada em breve, uma vezque. no segundo semestre deste ano, serão realizadas eleiçõeslegislativas na Venezuela.“Claro que qualquer sinal depossível instabilidade pode ser [preocupante]. Mas acho queas coisas vão se estabilizar”, disse Amorim à EBC. “Eles[os venezuelanos] têm eleições em breve [nosegundo semestre do ano] e isso [clima deinstabilidade] pode se resolver.”Nos últimos dias,vários protestos, organizados por universitários, jornalistas,professores e entidades civis, ocorreram nas principais cidades daVenezuela – a começar pela capital, Caracas. Pelos dados oficiais,duas pessoas morreram e 11 ficaram feridas. Os manifestantesdenunciam agressões das autoridades de segurança.Osprotestos começaram depois de suspenso o sinal da emissoraindependente RCTV, uma das mais populares do país. Desde 2007, ogoverno venezuelano não renova a concessão da emissora e aprogramação passou a ser transmitida via Miami (Estados Unidos).Anteriormente, tinha sido suspenso o sinal de cinco emissoras.Ogoverno Chávez argumenta que as redes de televisão desobedeceramregras sobre a programação, mas dirigentes das empresas afirmam quea decisão foi política. No caso da RCTV, a emissora não teriatransmitido a íntegra de um discurso do presidente da República.Aonda de protestos ocorre no momento que o vice-presidente, ministrose até o presidente do Banco Central renunciaram aos cargos. Nocomeço desta semana, deixaram o governo Chávez, alegando problemaspessoais, o vice-presidente e ministro da Defesa, Ramón Carrizalez,e a mulher, a ministra Yubirí Ortega.Depois, o presidente doBanco Central da Venezuela, Eugenio Vazquez Orellana, tambémrenunciou. Anteontem, de madrugada, Chávez anunciou os nomes dossubstitutos que são pessoas da sua confiança, mas a presidência doBanco Central continua vaga.