BNDES estima desembolso menor em 2010

28/01/2010 - 18h59

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) alcançou a marca recorde de R$ 137,4 bilhões em desembolsos, no ano passado. Mas, segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho, não há a preocupação em superar essa meta em 2010. Ele disse que as liberações prevista para este ano são da ordem de R$ 126 bilhões. “Com isso, a gente garante novo aumento do investimento em 2010. Nosso desejo, agora, não é bater meta”, afirmou, lembrando que o desempenho do BNDES ao longo de 2009 foi focado no apoio às empresas brasileiras para que pudessem enfrentar a crise financeira internacional. “Agora, queremos ver o mercado [de capitais] dar conta do recado e estamos trabalhando para isso.” Coutinho afirmou que a economia nacional “já virou a página da crise” e a discussão, a partir de agora, é sobre o ritmo de crescimento para 2010 e 2011. Ele destacou que os bancos públicos foram fundamentais no processo de expansão do crédito no ano passado, mostrando incremento de 48% nas operações de financiamento. O BNDES respondeu por 37% do aumento do crédito desde setembro de 2008, no ápice da crise externa. O estoque de crédito do BNDES alcançou 9% do Produto Interno Bruto (PIB). Os projetos aprovados pelo banco em 2009, que sinalizam desembolsos em 2010, atingem R$ 170,2 bilhões. Segundo Coutinho, os desembolsos do BNDES trabalham com um volume maior de investimentos pelo setor privado.  De acordo com dados do BNDES, os investimentos associados aos desembolsos geraram ou mantiveram 2,8 milhões de empregos em 2008. Esse número subiu para 4,5 milhões de empregos mantidos ou gerados em 2009. “O BNDES contribuiu de maneira relevante para a recuperação do emprego e para a geração líquida de emprego”, afirmou o presidente da instituição. Por setores, o BNDES registrou desembolsos de R$ 63,5 bilhões para a indústria, com aumento de 62,8% em relação a 2008 e, para a área de infraestrutura foram destinados recursos da ordem de R$ 48,7 bilhões. O incremento foi de 38,6%. Coutinho observou que, para as regiões Norte e Nordeste, as liberações superaram R$ 33 bilhões, apresentando expansão de 126,5% e 189,3%, respectivamente, em relação a 2008. “Eu acredito que o mapa econômico do Brasil está sendo modificado pelos grandes projetos no Norte e Nordeste.”