Dívida pública cresceu mais de R$ 100 bilhões em 2009

26/01/2010 - 9h43

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os números divulgadospelo Tesouro Nacional hoje (26) mostram que houve um aumento de maisde R$ 100 bilhões na dívida pública federal interna e externa em2009. Enquanto em 2008, a dívida atingiu R$ 1,397 trilhão, no anopassado o endividamento alcançou R$ 1,497 trilhão.Esse valor equivale aosR$ 100 bilhões emitidos pelo Tesouro Nacional para o Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) enfrentar a falta decrédito provocada pela crise no ano passado. Em 2010, o limitemáximo para a dívida estimado pelo governo é de R$ 1,730 trilhão.Para o BNDES foram previstos mais R$ 80 bilhões.De acordo com o Relatório Anual da Dívida, as turbulências naeconomia no ano passado fizeram com que o perfilda dívida pública federal fosse alterado, já que o anocomeçou com as incertezas sobre a economia brasileira devido àcrise financeira e o medo do risco, mas terminou evoluindo para umaperspectiva de crescimento.Com a melhora nocenário e das perspectivas dos investidores, o Tesouro Nacionalresolveu mudar a estratégia, com o objetivo de melhorar o perfil dadívida federal, aumentando a participação dos títulos prefixadose com prazos mais longos, reduzindo assim a proporção da dívida avencer a curto prazo.De acordo com o relatório anual da Dívida Pública Federal de 2009,o prazo médio dos papéis lançados pelo Tesouro evoluiu de 3 anos,em dezembro de 2006, para 3,5 anos em dezembro de 2009, mesmo prazodo ano anterior. Por outro lado no caso dos papéis com prazo maiscurtos, com vencimento em 12 meses, na mesma comparação, houve umaredução de 32,4% para 23,6%.A composição do volume total da dívida (estoque) percentual dostítulos prefixados (cujo rendimento é conhecido antecipadamentepelos investidores) evoluiu de 31,9% para 32,2% de dezembro de 2006para 32,2%.Nos títulos corrigidos pela inflação, a evolução foi muito maissignificativa, passando de 19,9% para 26,7%. No caso dos títuloscorrigidos pela taxa básica de juros (Selic), o percentual voltou aomesmo patamar de dezembro de 2006, de 33,4%. No caso dos papéisatrelados ao câmbio (moeda estrangeira) a estratégia do Tesouro foireduzir o percentual de 12,7% para 6,6%, diminuindo a vulnerabilidadede fatores externos na negociação da dívida. Houve ainda reduçãono volume de títulos corrigidos pela Taxa Referencial de juros eoutros índices de 2% para 1,1%.