Chávez planeja cortar quatro horas de energia por dia em até cinco vezes na semana em Caracas

26/01/2010 - 23h10

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prepara um novo plano de racionamento de energia para o país a partir da capital, Caracas. A ideia é cortar o abastecimento de energia por quatro horas diárias até cinco vezes por semana alternando regiões e dias. O plano ainda não foi concluído. As medidas ocorrem no momento em que o país passa por protestos diários e renúncias coletivas de ministros, do presidente do Banco Central e até do vice-presidente da República. O plano deve atingir cerca de 2,5 milhões de pessoas na Venezuela. O projeto preliminar indica que os cortes podem variar de três a cinco dias por semana. Os horários e dias escolhidos serão anunciados com antecedência. A região metropolitana de Caracas foi definida como alvo dos cortes, segundo o Ministério de Energia Elétrica, por concentrar o maior consumo do país.Em meio a uma crise no setor elétrico, ameaças de falta de energia e água na Venezuela, Chávez pediu ajuda ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na conversa, o venezuelano apelou a Lula para que envie ao país técnicos e especialistas de alto nível. A ideia é que os profissionais encontrem uma alternativa que evite a execução de um segundo plano de racionamento de energia na Venezuela.Os dois presidentes definiram a parceria. Os técnicos e especialistas serão enviados ainda esta semana para a Venezuela, segundo afirmaram à Agência Brasil negociadores que participam das articulações. As dificuldades em relação ao abastecimento de energia na Venezuela foram agravadas no final do ano passado com a redução dos níveis da água na Barragem Guri – a principal do país. Nesta barragem está o complexo hidrelétrico que produz 70% da eletricidade na Venezuela. Segundo o ministro, a preocupação maior é que os níveis da água do reservatório têm reduzido em média, 11 centímetros por dia. No final do ano passado, Chávez foi à televisão e pediu aos venezuelanos que evitassem longos banhos, assim como não utilizassem banheiras nem jacuzis. Bem-humorado, ele afirmou ainda que o ideal era não cantar durante o banho porque isso prolongaria o tempo de uso de água.