Construções frágeis agravaram consequências do terremoto, diz comandante da engenharia

26/01/2010 - 19h32

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O comandante da companhia brasileira de engenharia que integra aMissão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), ocoronel Delcio Monteiro Sapper, disse hoje (26) à Agência Brasil que asconstruções haitianas são frágeis e que esse fato teria contribuidopara agravar as consequências do terremoto que atingiu o país caribenhono último dia 12. “Não sou um especialista, mas diria que asconstruções são frágeis. A gente vê que o material utilizado não é deboa qualidade, que as ferragens usadas nas lajes são muito fracas e eutenho certeza de que isso agravou as consequências”, comentou Sapper aoser perguntado sobre a inadequação das construções haitianas em umaregião afetada pela ação de furacões e terremotos. “Temos quelembrar que o país é muito pobre e que, logicamente, as construçõesrefletem a capacidade econômica da população haitiana que,infelizmente, não é boa”, complementou o coronel.Ao anunciarque as obras de engenharia realizadas pelo Exército brasileiro ao longodos últimos cinco anos praticamente não foram afetadas pelo tremor deterra, Sapper comentou que os militares irão contribuir com areconstrução de Porto Príncipe e região, trabalho que terá que adiantado antes do início da temporada de furacões que, tradicionalmente, atingem o Caribe a partir de julho. “Atélá nós teremos um tempo para trabalhar. O que eu acredito é que,durante a reconstrução, se pense em melhorar as condições da população,retirando várias pessoas das áreas mais problemáticas para preservá-lasde problemas futuros com os furacões”. Sapper não descartou ahipótese de a companhia de engenharia ser reconfigurada para atender àdemanda por obras de infraestrutura e assistenciais. “As obras sãocaras e o volume de recursos será alto. Ainda estamos na fase deplanejamento, mas, com toda a certeza, a companhia irá atua nareconstrução. Inicialmente nas bases militares prejudicadas, mas tambémna recuperação da infraestrutura haitiana, na parte de asfaltamento deruas e estradas e na construção de escolas e hospitais. Tudo que fornecessário e que a companhia tiver condições de fazer nós faremos”,concluiu o coronel.