Militar uruguaio alega passar mal no momento em que seria extraditado pela PF para a Argentina

20/01/2010 - 13h22

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Autoridades argentinas ofereceram suporte hospitalar ao major uruguaio Manuel Juan Cordeiro que está no Brasil e deveria ter sido extraditado ontem (19) para a Argentina.Aextradição não foi realizada porque o majoralegou sofrer de um mal súbito, supostamente cardíaco, no exato momentoem que os policiais federais chegaram a sua residência, na cidadegaúcha de Sant'ana do Livramento. Acusado de violação dos direitos humanos e de ter participadoda Operação Condor – que perseguiu e capturou opositores a diversasditaduras sul-americanas –, o major encontra-se internado na Casa deSaúde da cidade, a pedido de seu médico particular, o cardiologistaLeandro Tholozan. Segundo o Ministério da Justiça, a PolíciaRodoviária Federal foi mobilizada para enviar uma ambulância com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ummédico para fazer o diagnóstico e, se necessário, transportar o major para umhospital de maior porte. “O critério para escolha do hospital para onde ele será removido seráde acordo com o tratamento necessário, a ser definido pela equipemédica”, disse o delegado federal Alessandro Maciel Lopes que também confirmou a intenção das autoridades argentinas em dar suporte. Há ainda a possibilidade de o militar uruguaioser enviado a um hospital de Porto Alegre.Maciel estavapresente no momento em que Cordeiro começou a passar mal. “Pordeterminação do STF [Supremo Tribunal Federal], ele já estava em prisãodomiciliar por motivos de saúde. Até o momento em que ele nos recebeu,parecia estar bem. Mas logo em seguida queixou-se de falta de ar e dedor no peito”, disse hoje (20) o delegado à Agência Brasil.“Eledemonstrou reações físicas que só um médico poderia avaliar. Como tem70 anos e mais de uma ponte de safena no coração, tivemos de adotartodo o cuidado para evitar maiores problemas”, completou.