Menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está no ensino médio

19/01/2010 - 15h13

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Menosda metade dos jovens de 15 a 17 anos está cursando o ensino médio,etapa de ensino adequada para esta faixa etária, e apenas 13% dosjovens de 18 a 24 anos frequentavam o ensino superior em 2007. Essessão alguns destaques da pesquisa Juventude e Políticas Sociais noBrasil, lançado hoje (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.Oestudo aponta que houve avanços no acesso de jovens à educação. Em2007, 82% dos jovens de 15 a 17 anos frequentavam a escola. O problemaestá no atraso para concluir os estudos: apenas 48% estava no ensinomédio.Para o diretor de estudos e políticas sociais doinstituto, Jorge Abrahão, a educação é vista pelos jovens como umaforça positiva. “Os jovens entendem a educação como um caminho paramelhorar a vida. Mas o jovem enfrenta no processo de escolarizaçãoproblemas de desigualdades de oportunidades”, aponta. A cor, onível de renda e o local onde mora o jovem interfere nas oportunidadesde acesso. Em 2007, 57% dos brasileiros de 15 a 17 anos que residiam emáreas metropolitanas frequentavam o ensino médio, contra pouco menos de31% no meio rural. Abrahão destaca que o jovem ainda se divideentre os estudos e o mercado de trabalho e aqueles que conseguemfrequentar a escola precisam lidar ainda com o problema da baixaqualidade do ensino. “A escola ainda está fundamentada em uma estruturaantiquada, o que torna para o jovem pouco atraente aquele período emque ele se mantém na escola”, diz.No ensino superior, entre1996 e 2007, a taxa de frequência líquida cresceu 123%. Mas opercentual de jovens na faixa etária dos 18 aos 24 anos que têm acesso à etapa ainda é apenas de 13% - muito abaixo da meta de 30% estipuladapara 2011 no Plano Nacional de Educação (PNE). A renda é fatordeterminante para o acesso do brasileiro à universidade: a taxa defrequência daqueles que têm renda mensal per capita de cinco saláriosmínimos ou mais (55%) é dez vezes maior do que entre a população que ganha até meio salário mínimo (5%). Oestudo do Ipea destaca que o Brasil ainda tem 1,5 milhão dejovens analfabetos (15 a 29 anos). Segundo a pesquisa, “a manutenção donúmero de analfabetos no país em patamar elevado está relacionada àbaixa efetividade do ensino fundamental”. De acordo com dados daPesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE) de 2007, 44,8%das pessoas analfabetas com 15 anos ou mais já haviam frequentado aescola.