Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago - O presidente eleito do Chile, MiguelSebastián Piñera, de centro-direita, afirmou hoje (18) que o Brasil ea Argentina estão entre suas prioridades nas relações internacionais.Segundo ele, ainda não foi definida a agenda de viagens ao exterior,mas ambos os países serão incluídos entre os primeiros. Piñeraadmitiu, porém, que se inspira politicamente no presidente da França, oconservador Nicolas Sarkozy.“Tenho uma grata e profunda admiração por Sarkozy. Por sua força e por ter vencidoas eleições como resultado de um protesto por tudo o que deveria ficarpara trás”, disse Piñera, referindo-se à vitória do atual presidente francês, em 2007,quando ele derrotou a socialista Ségolène Royal. Como no caso dePiñera, a disputa foi polarizada entre a direita e a esquerda, vencendo aprimeira.Ontem (17) Piñera venceu com 51,6% dos votos, contra 48,3%dados ao candidato governista, o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz, decentro-esquerda, apoiado pela presidente Michelle Bachelet. A eleição de ontem (17) foiconsiderada a mais apertada da história da redemocratização do Chile.Cada voto foi disputado. O oposicionista venceu com o discurso demudança e renovação.No fim da tarde de hoje (18), Piñera concedeu a primeira entrevista coletiva depois deeleito. Ele escolheu um dos principais cartões postais da capital chilena, a Terraza Caupolicán del Cerro de Santa Lucía, que éo marco de fundação da cidade. Cerca de 70 jornalistas estrangeirosestavam presentes. Na sua maioria, brasileiros, argentinos e peruanos.Empresáriobem-sucedido e um dos homens mais ricos do Chile, Piñera negou quepretenda privatizar a Corporação Nacional de Cobre (Codelco), que é aempresa nacional de cobre e a mais importante do país. A produção chilena de cobre é a maior do mundo, representando 40% do total. Piñera disse que seu objetivo édesenvolver a Codelco. “Vamos fazer mudanças profundas porque énecessário dar impulso a novos capitais para a exploração de tecnologiae mais investimentos”, explicou. “Com mais financiamentos estáveis emaiores.”Esquivando-se de criticar a política interna de váriospaíses vizinhos, Piñera criticou, entretanto, a gestão dopresidente da Venezuela, Hugo Chávez. “Tenho muitas diferenças, como aforma como se conduzem os temas públicos na Venezuela”, afirmou.Internamente,o presidente eleito é pressionado a informar como montará sua equipe. Piñera informou que buscará a unidade e nomes que representema competência, mas não adiantou quem fará parte de sua assessoria.Ele disse que pretende imtegrar personalidades decentro-direita e independentes.O presidente eleito reiterou que suas metas são reduzir a pobreza no país até 2014,melhorar os sistemas públicos de saúde e educação e combater aviolência e a delinquência. Com o discurso de campanha, ele reafirmou queseu objetivo é implementar um governo de mudança e renovação.