Petrobras vai usar gás que será extraído de aterro sanitário no Rio

18/01/2010 - 17h46

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O gás resultante dadecomposição do lixo no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, emDuque de Caxias, o maior da Região Metropolitana do Rio de Janeiro,será usado como combustível. Um acordo assinado hoje (18) entreempresas, a prefeitura do Rio e o governo do estado prevê que 200mil metros cúbicos diários de gás metano sejam utilizados comofonte de energia pela Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), daPetrobras.A empres Gás Verde processará o gás que será retiradoda montanha de lixo. Ela vai separar o gás carbônico do metano. Um duto de 6 quilômetroslevará o combustível até a Reduc. A previsão é que a produçãose inicie até o final deste ano. Segundo a Gás Verde, a reserva degás do aterro deverá durar pelo menos 15 anos.O uso do gás, que iriaparar na atmosfera, também renderá créditos no mercadointernacional de carbono. Segundo o ministro do Meio Ambiente, CarlosMinc, parte do dinheiro obtido com a venda do gás será revertidapara as prefeituras de Duque de Caxias e do Rio de Janeiro (operadorado aterro), a projetos ambientais e a um fundo para catadores de lixodo aterro sanitário.“O Jardim Gramacho éum dos maiores aterros da América Latina. Durante 30 anos, mais de 9milhões de pessoas colocaram lixo lá. Isso é um dos emissores degás do efeito estufa da Região Metropolitana. Ao capturar isso etransformar em gás natural, vamos deixar de emitir centenas demilhares de toneladas de CO2”, disse Minc.Segundo o ministro,essa é a primeira grande ação brasileira de combate ao aquecimentoglobal, desde a sanção da Lei do Clima, pelo presidente Luiz InácioLula da Silva, em dezembro de 2009. Segundo a Comlurb, empresa delimpeza urbana do Rio e responsável pelo aterro, o Jardim Gramachodeverá ser fechado em dois anos, mas a produção de gás continuarádepois disso, devido ao acúmulo de lixo por anos.