Geração de emprego é um dos desafios do presidente eleito do Chile

18/01/2010 - 5h29

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - Em 11 de março,o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera (Alianza), decentro-direita, assume o cargo. Pela frente, ele tem vários desafios, acomeçar por manter o país sem dívida externa e credor líquido, legadoda presidente Michelle Bachelet. Piñera teráde utilizar sua experiência como empresário para administrar a maiorreserva mundial de cobre, uma vez que o Chile detém 40% da produção.Avitória de Piñera ocorreu em meio à eleição mais disputada do Chile.Ele venceu com 51,8% contra 48,1% do candidato governista, oex-presidente Eduardo Frei Ruiz (Concertación). O discurso dele sebaseou em propostas de mudança e renovação, além do estímulo à geraçãode empregos. Sua equipe reconhece que ele teráde dar continuidade aos avanços sociais implementados por Bachelet,como as conquistas de direitos previdenciários e trabalhistas.Oschilenos se queixam da falta de emprego, de problemas noatendimento público de saúde e dificuldades na educação da básica àsuperior – no Chile, o ensino universitário é privado. Não háuniversidades públicas. O futuro presidente tem demanda queinclui uma série de expectativas sociais.Para administrar o país, Piñera terácerca de US$ 46,5 bilhões. Como no Brasil, a aplicação desses recursosdeve ocorrer em acordo com o Congresso. Com isso, ele deve manter umarelação amistosa com o Congresso Nacional, mas analistas afirmam queisso se dará com dificuldades, uma vez que o resultado das eleições foibastante apertado.Se a tendência dos governos anteriores formantida, o governo será alvo de crítica dos congressistas que oacusarão de conduzir determinadas propostas aprovadas. Na gestão deBachelet foram aprovados 316 projetos de lei, dos quais 201 foramencaminhados pelo Executivo e apenas 115 pelo Legislativo.Independentementeda polêmica com o Congresso, Bachelet quer deixar o governo com váriosregistros positivos. Ela marcou o dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher – como a data-símbolo de encerramento de seu governo.Até março,a presidente vai inaugurar a conclusão das obras de reforma do EstádioNacional - onde foi realizada a Copa do Mundo de 1962, quando o Brasilse sagrou campeão mundial - e viajar a países vizinhos –Argentina, Colômbia e Uruguai.Nessa última etapa de seugoverno, Bachelet inaugurou o Museu da Memória e dos Direitos Humanos.A inauguração fazia parte de seus projetos de governo, uma vez que elaperdeu o pai durante o regime militar. O local é uma homenagem àsvítimas da ditadura - que durou de 1973 a 1990 - e suas famílias. O local reúne fotografias, depoimentos, cartas e até areprodução de uma sala de tortura. No dia da inauguração do museu houvemuita emoção, e os chilenos citam o local como motivo de orgulho.Nosseis anos de governo, Bachelet tentou consolidar externamente a imagemdo Chile e ampliar oportunidades de comércio. O Brasil é um dosprincipais parceiros dos chilenos, ocupando o oitavo lugar geral e o primeiro naAmérica Latina.