Brasil tem condições de dobrar contingente de militares no Haiti, garante general

18/01/2010 - 18h19

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Se a Organização dasNações Unidas (ONU) pedir, o Brasil tem condições de dobrar onúmero de militares na Missão para a Estabilização do Haiti(Minustah), que hoje é de 1.266 homens, segundo o comandante doExército, general Enzo Martins Peri. Nesta segunda-feira (18), osecretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que será necessário umcontingente adicional de 3.500 homens para atuar no Haiti – 1,5 milpoliciais e 2 mil soldados. De acordo com general,há possibilidade de recrutar novos voluntários entre os cerca de 10mil soldados e oficiais que estiveram desde 2004, quando o Brasilassumiu o comando da missão no país caribenho, devastado por umterremoto no último dia 12. No entanto, esclareceu Enzo, caberá àONU definir o número de soldados que cada país poderá enviar aoHaiti.“Já temos mais de 10mil militares que passaram pelo Haiti. Se houver necessidade deaumentar o contingente, iremos buscá-lo entre os [militares]que aqui estão”, afirmou o comandante, durante entrevista coletivana tarde de hoje.A decisão de enviarmais homens ao Haiti - uma resposta a um eventual pedido feito pelaprópria ONU - é política e teria que ser aprovada pelo Congresso,ressaltou o comandante do Exército. “Poderemos aumentar oquanto for necessário. Não sabemos qual cota que caberia ao Brasil,mas a disposição [de ampliar o contingente] existe”,afirmou Enzo. Cada contingente passa seis meses no país, quando ésubstituído por outro.Um novo rodízio haviasido iniciado no final de semana que antecedeu o terremoto, quando130 militares foram substituídos. Um segundo avião levando mais 130homens estava a caminho do país quando ocorreu o tremor,impossibilitando o pouso e forçando a aeronave da Força AéreaBrasileira (FAB) a regressar ao país.De acordo com ocomandante, a substituição da tropa será retomada ainda estasemana e a morte de, até o momento, 16 militares, não arrefeceu oânimo daqueles estão inscritos para servir como voluntários namissão humanitária.“Não tivemos nenhumproblema com os que estão em vias de embarcar e já estamoscomeçando o treinamento do próximo contingente [que, daqui aseis meses, substituirá o que vai viajar a partir desta semana].O risco é inerente à profissão militar e é preciso registrar queas mortes que ocorreram, e que lamentamos, ocorreram em decorrênciade uma catástrofe natural e não de uma missão”, disse Enzo.O general informou queos parentes das vítimas receberão uma indenização que já estásendo providenciada. Ainda segundo ele, os soldados e oficiais mortosserão homenageados durante uma cerimônia, para a qual o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva já foi convidado, em Brasília. Aexpectativa do Exército é de que os corpos das 16 vítimas cheguemao Brasil nesta quarta-feira (20).