Candidatos à Presidência do Chile têm biografias e discursos distintos

17/01/2010 - 9h27

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Santiago (Chile) - Pela segunda vez,o empresário Sebastián Miguel Piñera, da coligação Alianza decentro-direita, tenta chegar à Presidência do Chile. Em 2005 foiderrotado pela presidente Michelle Bachelet, da coligação Concertación de centro-esquerda. Mas desde o primeiro turno ele lidera as intenções de votoscom o discurso sobre a necessidade de renovação e mudança, aproveitandoque os governistas estão no poder há 20 anos.Bem sucedido e umdos homens mais ricos do Chile, Piñera se apresenta como umconservador diferenciado dos seus antecessores. Ele não é ligado aosmilitares e fez campanha contra o prolongamento do mandato doex-presidente Augusto Pinochet, em 1989. Mas critica aqueles que tentampunir quem trabalhou com o regime militar.RecentementePiñera passou por um constrangimento ao participar da inauguração doMuseu da Memória e dos Direitos Humanos – em homenagem às vítimas daditadura chilena (1973-1990). Alguns dos convidados presentespressionaram para que ele se retirasse do local. Inicialmente Piñeraatraia os votos dos mais ricos do Chile, mas ganhou a simpatia popularao defender a criação de 1 milhão de empregos. É dono da empresa aéreaLan Chile, da rede de televisão Chile Visión e do time de futebol ColoColo.Ex-presidente do Chile de 1994 a 2000, o governista EduardoFrei Ruiz concluiu seu mandato com um dos índices mais baixos deaprovação popular. Segundo analistas, ele deu azar por ter sido apanhado pela crise financeira asiática de 1997. Freifoi escolhido o candidato da Concertación – coligação que está no poderhá 20 anos Chile – mesmo com adversários internos reunindo mais votos.A escolha pelo seu nome foi levada porque a coligação concluiu que oeleitorado chileno prefere um perfil mais ao centro do que de extremos.Ele é filho do ex-presidente Eduardo Frei Montalva que governou o país de 1964 a 1970.Ainda no primeiro turno das eleições, em dezembro,veio à tona a discussão sobre a revisão da Lei de Anistia depois que aJustiça determinou a prisão de seis suspeitos de assassinato de FreiMontalva por envenenamento. Mas o debate não foi adiante. Frei Ruizhomenageou seu pai no último dia de campanha em nome de todas asvítimas da ditadura chilena.