Microsseguro da OIT começa a ser difundido este mês na comunidade Santa Marta no Rio

10/01/2010 - 10h12

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O projeto “TôSeguro”, de Educação do Consumidor de Microsseguro, da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT), será iniciado este mês, no Rio de Janeiro,tendo como foco as populações de baixa renda das classes C e D. O projeto piloto será implantado na favela Santa Marta, em Botafogo, pelaConfederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, PrevidênciaPrivada e Vida, Saúde Complementar e Capitalização (CNSeg), parceira daOIT no Brasil, de acordo com o contrato firmado em dezembro passado pelas duas entidades.Pormeio do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), a CNSegirá verificar o perfil sócio-econômico da comunidade do Morro DonaMarta. A diretora executiva da confederação, Maria Elena Bidino, disseà Agência Brasil que será traçado o perfil dessa população, “deconsumo, de renda, faixa etária e, depois, haverá uma avaliação comrelação ao seguro. Até que ponto eles conhecem seguro, entendem,acreditam e qual é a necessidade que apresentam”.Com basenessas informações, será elaborado um gerenciamento de risco deseguro, utilizando-se vários meios de comunicação, comoteatro, novela de rádio, filmes de curta metragem, “sempre com o temaseguro e usando atores da própria comunidade”. Ao final de cadaapresentação, será feita avaliação referente à compreensão das pessoassobre os temas abordados. A expectativa é beneficiar cerca de6.300 pessoas que correspondem a 70% da população da comunidade doSanta Marta. Os trabalhos devem começar a ser apresentados nacomunidade entre março e abril próximos.MariaElena destacou que o projeto da OIT no Brasil é inédito no mundo epoderá servir de referência para outros países. Ele tem a duração de 13meses e visa levar educação de gerenciamento de risco e de seguro àpopulação de baixa renda. “É uma preocupação com a inclusão social,financeira e de seguros”. “O objetivo é que isso possa ser absorvido pela indústriade seguros. Que as seguradoras se interessem e possam aplicar essa metodologia em outras regiões”. Segundo Maria Elena, as empresasseguradoras estão entusiasmadas em oferecer seus produtos a essafaixa específica da população, tendo em vista que o governo deve lançaroficialmente o microsseguro este ano. Será feita uma avaliação em paralelo da comunidade Chapéu Mangueira, no Leme, com o objetivo demedir a receptividade da população ao microsseguro. “Vamos oferecer osprodutos lá também e vamos ver a diferença com a venda no Santa Marta,para medir a eficácia dos meios de comunicação que serão adotados”.Oprojeto está avaliado em US$ 500 mil, dos quais US$ 350 mil serãodoados pela OIT. A CNSeg está buscando doações junto ao Banco Mundial(BIRD), para viabilizar a participação do setor privado.