Até o final da semana, governo define apoio financeiro e segurança para brasileiros no Suriname

02/01/2010 - 23h29

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dez diasdepois do ataque a brasileiros no Suriname, o governo estudauma série de medidas de apoio aos cerca de 15 mil que moram no paísvizinho. A prioridade é dar atenção aos que estavam no local doconflito. Até o final desta semana deve ser definido o envio de ajudafinanceira aos brasileiros retirados da região de Albina,onde houve o confronto. Há possibilidade de reencaminhá-los para aárea, mas com apoio logístico e de segurança.O fato de a maioria dos brasileiros morarem no Suriname de forma ilegal nãoimpede a ajuda que o Itamaraty planeja, segundo diplomatas. Dadosindicam que os brasileiros que estão no Suriname lidam, em geral, comgarimpo. Há ainda casos de prostituição. Muitos entram no paísvizinho pela fronteira com a Guiana Francesa e por via marítima.Asmedidas de apoio aos brasileiros são analisadas pelo comando geraldo Ministério de Relações Exteriores, a partir de orientações daEmbaixada do Brasil em Paramaribo. Uma equipe da embaixada realizaentrevistas individuais com as pessoas que estavam na madrugada do dia24 quando houve o ataque. O objetivo é levantar necessidades, carênciase atender às demandas.No último dia 31, um grupo de 32brasileiros – entre 22 homens, nove mulheres e uma criança – retornouao Brasil em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), uma aeronaveHercules C-130. Todos receberam US$ 100 e uma muda de roupa cada um.Segundo diplomatas, o dinheiro e as roupas estão incluídos naassistência consular. A embaixada listou 124 brasileiros –entre adultos e crianças – que estavam no momento do ataque em Albina(cidade localizada a 150 km de Paramaribo, capital do Suriname). Naocasião, cerca de 300 “marrons” (como são chamados os quilombolas nopaís) agrediram brasileiros, chineses e javaneses. Houve agressõesfísicas, estupros e depredações. A partir do ataque o governodo Suriname reforçou o policiamento na região de Albina. Como surgiramnovas ameaças de conflitos, também foram enviados policiais para ointerior do país. A Embaixada do Brasil retirou todos os brasileirosque estavam em Albina e recomendou que fossem evitadas determinadasáreas do país vizinho.Desde a véspera do Natal, os brasileirosque viviam em Albina passaram a morar em quatro hotéis da capital doSuriname. De acordo com o Itamaraty, os gastos de hospedagem,alimentação e vestimentas, além de hospital e medicamentos, sãocusteados pelo governo brasileiro. No total US$ 40 mil foram gastos atéo momento.