Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ex-ministro-chefe da Casa Civil da Presidênciada Repúiblica, José Dirceu (PT), afirmou hoje (22) queo Partido dos Trabalhadores (PT) ainda não virou a páginado escândalo conhecido como mensalão. "Queremosesclarecer o caixa dois", afirmou. "Eu quero justiça, o PT devediscutir isso, inclusive a reforma política", disse aos jornalistas depois de votar, em São Paulo, na eleição para escolher os novos diretores do PT.O termo mensalãofaz alusão a um esquema de desvio de verbas públicas, envolvendo o PT,para pagar deputados por apoio a projetos de interesse do governo noCongresso Nacional.Entre os 39 réusque respondem à ação penal no Supremo TribunalFederal, estão os ex-ministros José Dirceu (CasaCivil), Anderson Adauto (Transportes) e Luiz Gushiken (Comunicaçãodo Governo), os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e JoséGenoino (PT-SP) , o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e opublicitário Marcos Valério.ParaDirceu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também quer esclarecer oepisódio, "mas como cidadão". "Eu fui absolvido em tudo, mas o [Eduardo] Azeredonão foi acusado de nada, queremos esclarecer", comentou. O ex-ministro faz referência ao escândalo conhecido como mensalão mineiro, no qual Azeredo é acusado pela Procuradoria-Geral da República dedesvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, irregularidades queteriam ocorrido durante sua campanha à reeleição ao governo deMinas Gerais, em 1998. O esquema tucano teria arrecadado, de acordo com adenúncia, mais de R$ 100 milhões, com desvio de verbas de estatais eempréstimos bancários. Oficialmente, a campanha de Azeredo custou R$ 8milhões.