Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST) espera posicionamento daOrganização dos Estados Americanos (OEA) e daOrganização Internacional do Trabalho (OIT) sobre adenúncia de repressão e criminalizaçãoda luta pela reforma agrária no país. A carta-denúnciafoi apresentada e lida ontem (5), em Washington, durante audiência com a ComissãoInteramericana de Direitos Humanos, da OEA, e, há uma semana,na OIT.O representante da direção nacional do MST, Antonio Neto disse que a carta foipreparada pelo movimento e apresentada apenas nas duas reuniões. Ele ressaltou que o problema vem sendo enfrentado pelos movimentossociais brasileiros, de forma geral. No caso dos trabalhadoresrurais, além das perseguições denunciadas contrasetores do Legislativo, Judiciário e dos meios de comunicação,ele disse que a política de reformaagrária executada pelo governo federal é insuficiente.O integrante do MSTdisse que há 90 mil famílias à beira deestradas aguardando pelo assentamento. Há ainda 40 mil famílias que receberamtítulo de posse, mas não os recursos para começarema produzir. O contingenciamento do orçamento deste anoprevisto para o Instituto Nacional de Colonização eReforma Agrária (Incra) contribuiu ainda mais, na opiniãodele, para esse deficit.“A meta do governoera assentar este ano 115 mil famílias, mais do que as 90 milque estão hoje sem terra”, afirmou. As famílias jáassentadas, de acordo com Neto, também sofrem com a falta decondições básicas. “Precisamos de mais créditopara produção, construção de escolas,postos de saúde, e uma política de reforma agráriaque realmente consiga manter as famílias no campo”, afirmou.Procurada pela Agência Brasil no final da tarde, a assessoria de imprensa do Incra disse que a instituição não se pronunciaria sobre o assunto hoje (6).