Brasil e mais 23 países criticam recuo nas negociações em Honduras

06/11/2009 - 10h17

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo recuo nas negociações em busca de um acordoem Honduras levou representantes do Brasil e mais 23 paíseslatino-americanos se manifestarem pela restituição dopresidente deposto hondurenho, Manuel Zelaya, ao poder e em defesa deuma solução rápida e eficaz para o processopolítico. A Agência Brasil teve acesso a detalhes dareunião de ontem (5) em que os chanceleres se manifestaramduramente sobre o impasse no país vizinho.Achanceler de Honduras, Patricia Rodas, denunciou a existênciade “estado de repressão”. Segundo ela, as próximashoras serão decisivas. Rodas levantou dúvidas sobre apossibilidade de cumprir um acordo político. Osecretário-geral da Organização dos EstadosAmericanos, José Miguel Insulza, detalhou, durante o encontrode ontem, que o presidente de Honduras, Roberto Michelletti, haviaanunciado a criação de um governo transitório.O ministrodas Relações Exteriores, Celso Amorim, e os chanceleresque participam da 28ª Reunião Ministerial do Grupo doRio, em Montego Bay (Jamaica), divulgaram documento condenando orecuo nas negociações.“O queestá em jogo é a democracia no continente e acredibilidade do sistema interamericano”, afirmou Amorim, no seudiscurso. O chanceler se referiu ao acordo, firmado em 30 de outubro,com apoio das Nações Unidas, dos Estados Americanos ede outros organismos internacionais. “É indispensávelo retorno de Zelaya em tempo hábil. O Brasil e muitos paísesda região não reconhecerão eleiçõessem que isso ocorra.”Assim comoAmorim, os chanceleres da Argentina, Venezuela e de Cuba foramcontundentes nas suas intervenções. A presidente dareunião de ministros, a chanceler mexicana, PatríciaEspinosa, afirmou que a manifestação conjunta seriafundamental para consolidar a posição dos paísesem defesa da busca pela manutenção do acordo de outubroe o fim do impasse em Honduras.O chamadoGrupo do Rio é um mecanismo de coordenaçãopolítica que reúne 24 países. Ainda hoje (6) oschanceleres se reúnem, mas com foco em questões, comoas bases militares norte-americanas na Colômbia e as reaçõesrecentes do governo venezuelano.Há46 dias, Zelaya e um grupo de simpatizantes estão abrigados naembaixada do Brasil em Tegucigalpa (Honduras). A posiçãobrasileira gerou polêmica e críticas. Mas em decorrênciadesta decisão, o governo do Brasil se mantém em defesado retorno do presidente deposto ao poder e contrário aquaisquer atos associados à tentativa de golpe político.