Coleta de lixo cresce, mas destino dos resíduos ainda é problema

10/08/2009 - 20h11

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Apesar do crescimento em 2008 da coleta dosresíduos sólidos urbanos (RSU) no Brasil, quase a metadedo lixo diário ainda tem destino inadequado, revela o estudoPanorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, divulgado hoje(10) pela Associação Brasileira de Empresas de LimpezaPública e Resíduos Especiais (Abrelpe).De acordo com o documento, apenas 55% das 149,1mil toneladas de resíduos sólidos urbanos recolhidasdiariamente tiveram destinação adequada no ano passado. O restante, ou foipara os lixões ou para os aterros não licenciados. O estudo mostra ainda um crescimento de 5,9% emrelação a 2007 na quantidade de lixo urbano recolhidono país, em 2008. “Neste mercado de meio ambiente, o que chamamosde destino correto são as centrais de tratamento de resíduos,conhecidos como aterros sanitários licenciados, que sãopreparados para receber os resíduos, sem contaminar o meioambiente e o lençol freático”, disse JoãoCarlos David, presidente da Abrelpe, em entrevista à AgênciaBrasil. O destino do lixo hospitalar é mais umgrave problema citado pelo documento da Abrelpe. Das 210 miltoneladas coletadas no ano passado, cerca de 80% não tiveramtratamento adequado, segundo Carlos David. “A gente sótratou adequadamente 23%, ou seja, o resíduo hospitalar, alémde ser um problema para o meio ambiente, também é umproblema de saúde pública porque ele acaba sendotransmissor de várias doenças”, afirmou. O tratamento correto para os resíduoshospitalares, segundo explicou o presidente da Abrelpe, érealizado por meio de três diferentes tecnologias: adesativação eletrotérmica, micro-ondas eautoclave. Em alguns casos, pode também ocorrer a incineraçãoantes deles serem levados levados para os aterros sanitários.Para Carlos David, a responsabilidade sobre adestinação do lixo no país não ser apenasdo poder público. Ela deve envolver também a sociedade.“A população consegue contribuir fazendo a sua parte,consumindo adequadamente e com consciência, sabendo separar osresíduos, não misturando os resíduos orgânicos,ou seja, não misturando a sobra de alimentos com resíduospotencialmente recicláveis como plásticos, vidros,papéis e latas”, disse.O estudo revela ainda o crescimento da coletaseletiva. Ela já é feita em 56% dos 5.565 municípiosbrasileiros, e o da reciclagem de latas de alumínio, onde oBrasil aparece na liderança mundial, com 96,5% do total delatas comercializadas no país, em 2007, oriundas da reciclagem.