Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A coordenadora do programa municipal em Saúde daCriança e do Adolescente, Elena Marta Amaral, afirmou hoje (3) que é preciso reforçar as orientações sobre aleitamento materno e desmistificar certos temas e discursos - como o do “leitefraco” - entre profissionais de saúde, mães e parentes do recém-nascido.“Falar em leite fraco significa reproduzir uma erradacrença popular. O que existe são mães que não são bem orientadas paraamamentar. O aleitamento precisa de apoio da família e dosprofissionais de saúde. A segurança da mãe para amamentar depende deapoio e tranquilidade”, destacou a pediatra.O assunto foi debatido naabertura da 18ª Semana Mundial de Amamentação realizada na capital doAmazonas. Durante esta semana, profissionais e representantesdas secretarias de Saúde da cidade e do estado estarão dedicados aparticipar das atividades voltadas para a promoção do aleitamentomaterno e alinhadas com a campanha promovida pelo governo federal. Palestras diárias, oficinas e passeatas de mobilização compõem aprogramação. Em 2009, Manaus é apontada pelo Ministério da Saúde como a cidade com o melhor desempenho na Região Norte quanto ao incentivo aoaleitamento materno. Ainda segundo Elena Marta, a produção doleite materno independe do poder aquisitivo das mulheres. “Mesmo asmães que não têm poder aquisitivo para fazer a alimentação adequada,não terãoprejudicada a produção do seu leite. A mãe desnutrida produz leitesuficiente para seu filho se desenvolver normal e saudável”,acrescentou.A ideia também é compartilhada pelo consultor emlactação e aleitamento materno e coordenador municipal da Rede AmamentaBrasil, Jeferson Pereira Guilherme. Para ele, é preciso resgatar acultura da amamentação nos estados brasileiros. Guilherme garante que,salvo algumas exceções, toda mãe é capaz de produzir leite emquantidade adequada para seu bebê. “O leite materno está prontoe não precisa mais de nenhum complemento para o bebê antes dos seismeses de vida. Hoje a recomendação é que as mães possam amamentar atédois anos ou mais”, disse Guilherme.A presidente da SociedadeAmazonense de Pediatria, Corina Batista, lembrou a pesquisa dePrevalência de Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde que, em 1998,apontou 24% das crianças de Manaus sendo mantidas sob amamentaçãoexclusiva até os quatro meses. Em 2008, ela informou que a pesquisaidentificou um salto para 41,1% no índice de bebês que mamam no peitoaté os seis meses.“Sabemos que são pouquíssimas as situações emque a mãe não pode amamentar. Para lidar com esses casos, tambémincentivamos outras mães a doarem leite e, com isso, ajudar quem, poralgum problema, tenha dificuldades na produção de leite”, concluiu. AOrganização Mundial da Saúde (OMS) defende que o incentivo àamamentação pode salvar cerca de 1,3 milhão de crianças por ano nomundo. Na capital do Amazonas, o programa de incentivo ao aleitamentomaterno funciona juntamente com a Rede Amamenta Brasil, do Ministério daSaúde, que também abrange as ações desenvolvidas nas maternidadesestaduais. A rede realiza ações de estímulo à amamentação e à criaçãode postos de coleta de leite, na comunidade, além de manter um programade aconselhamento do aleitamento.