Queda no IGP-M abre espaço para negociação de contratos

25/07/2009 - 14h25

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a queda do ÍndiceGeral de Preços de Mercado (IGP-M), que reajusta o valor doaluguel, dos financiamentos imobiliários e dos consórcios, chegou a hora dos consumidores negociarem os contratos, na avaliaçãode especialistas.Segundo a FundaçãoGetulio Vargas (FGV), depois de registrar deflaçãode 0,07% em maio, o IGP-M ficou em 0,10% em junho. Na segunda prévia de julho, o índiceteve queda de 0,27%, ficando abaixo do observado no mesmo períododo mês anterior, quando houve leve alta de 0,07 %. No ano, oíndice acumula queda de 1,51%.O diretor da AssociaçãoBrasileira dos Mutuários de Habitação (ABMH),Lúcio de Queiroz Delfino, lembra que quem tem contratos mensaiscorrigidos por esse índice tem direito de pagar mais barato noperíodo em que houve deflação. Mas, segundo ele,em geral os contratos são anuais e por isso nem sempre oconsumidor vai poder pagar menos. Por exemplo, afirma Delfino, nosdoze meses fechados em junho, houve aumento do IGP-M de 1,52%. Para o vice-presidenteda Associação Nacional de Executivos de Finanças,Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel JoséRibeiro de Oliveira, apesar de os reajustes serem feitos ao final docontrato, nada impede que o consumidor negocie antes. Entretanto, ele não acredita que o índice permaneçanegativo ao longo do ano. Segundo pesquisa do Banco Central, o IGP-M deve fechar o ano em0,44%.Oliveira lembra que em anosanteriores o IGP-M subia acima dos reajustes de salários, oque causava problemas para quem pagava aluguel ou financiamentoscorrigidos pelo índice. Neste ano, a expectativa é dereajustes menores.Mesmo com previsãode que os consumidores pagarão menos pelo aluguel, ovice-presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locaçãoe Administração de Imóveis Residenciais eComerciais de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Prando,considera que o imóvel está sendo vitos como uma formade investimento e esse é um dos fatores que tem levado àrecuperação do setor. “As pessoas estão vendoo imóvel como moeda forte, comparativamente ao mercadofinanceiro, que teve perdas no ano passado, e após as reduçõesda Selic [taxa básica de juros], que fazem com que os fundos deinvestimento tenham rentabilidade menor”, argumentou. Alémdesse aspecto, Prando considera que o programa Minha Casa, Minha Vidatambém tem estimulado o setor por contar com juros maisatrativos e subsídios. Segundo Prando, noínicio do ano houve redução de lançamentosde empreendimentos imobiliários por causa dos efeitos dacrise financeira internacional no país, mas com recuperaçãoa partir de maio. A expectativa é fechar o ano com lançamentode 28 mil unidades em São Paulo, contra 35 mil registradas noano passado. De acordo Prando, a projeção para este anoainda pode ser revisada para cima a depender do resultado dospróximos dois meses. O estado representa cerca de 40% dacomercialização de imóveis no país.“Acreditamos em um crescimento paulatino e sustentável domercado.”