Poupança volta a registrar mais depósitos do que retiradas

06/07/2009 - 11h03

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os depósitos emcadernetas de poupança foram maiores do que as retiradas, no mês dejunho, o que gerou a captação líquida positiva de R$ 2,089 bilhões, segundodados divulgados hoje (6) pelo Banco Central (BC), a maior deste ano. Foi a terceira vez noano em que há registro de captação líquida positiva. Em fevereiro, a captação líquida havia sido de R$ 751,395 milhões e emmaio, de R$ 1,880 bilhão. Nos meses de janeiro (R$ 486,630milhões), março (R$ 846,803 milhões) e abril (R$ 941,549 milhões)a captação líquida ficou negativa. No mês passado, osdepósitos somaram R$ 82,622 bilhões e as retiradas R$ 80,533bilhões. Em junho, o saldo da poupança chegou a R$ 282,189 bilhões.O relatório doBanco Central tem por base dados do Sistema Brasileiro de Poupançae Empréstimo (SBPE), que destina recursos ao setorimobiliário, e da poupança rural.No dia 13 de maio deste ano, ogoverno anunciou uma medida para evitar a migração de recursos dos  fundos de investimento para a caderneta de poupança. Isso porque com as reduções da taxa básica de juros, que remunera títulos públicos integrantes da cesta de aplicações dos fundos de investimentos, a poupança tem se tornado mais atrativa. A poupança éremunerada pela Taxa Referencial mais 0,5% ao mês sobre ela não incide cobrança de taxa de administração. No caso das aplicações nos fundos são cobrados taxa de administração e Imposto de Renda. O temor do governo é que o Tesouro Nacional tenha dificuldades de vender os títulos e, por conseqüência, de rolar a dívida pública.  Pela nova regra para a poupança, serádescontado Imposto de Renda do rendimento de poupança que exceder R$50 mil. De acordo com o governo, atualmente apenas 1% dos poupadoresaplica mais do que R$ 50 mil na caderneta. Entretanto, o governoainda não enviou a proposta  para a análise doCongresso Nacional. Segundo o consultor emfinanças e professor da da Faculdade de Informática e AdministraçãoPaulista (Fiap) Marcos Crivelaro, as instituições financeiras devemreformular e lançar novos fundos de investimentos neste ano, comredução de taxas de administração e do valor inicial deaplicação, além de simplificação para facilitar osinvestimentos. O objetivo é manter a atratividade dos fundos.  Em janeiro, a taxa Selic passou de 13,75% para 12,75% ao ano. Em março, caiu para 11,25% ao ano e em abril para 10,25% ao ano. Na última reunião, realizada em junho, os juros básicos foram reduzidos para 9,25%. A expectativa do mercado financeiro é de que a Selic ainda seja reduzida neste ano para 8,75% ao ano, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC neste ano.