Pobres são mais atingidos pelos impostos indiretos

30/06/2009 - 21h48

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Asdistorções no pagamento de impostos ocorrem pelanatureza dos tributos. A conclusão é do estudo ReceitaPública: Quem Paga e Como se Gasta no Brasil, divulgadohoje (30) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)e pela Receita Federal. De acordo com o documento, osmais pobres sentem o maior impacto dos chamados “impostos indiretos”,inclusive, os embutidos no custo de serviços básico(transporte, por exemplo) e produtos (alimentação).

Segundo o presidentedo instituto, Márcio Pochmann, os impostos indiretoscorrespondem a dois terços do que é arrecadado e oimposto direto (sobre a renda e a propriedade) corresponde a umterço. A relação é ao contrário doque ocorre nos países desenvolvidos e gera injustiçatributária.

“A cargatributária não afeta de forma homogênea osbrasileiros, afeta de forma muito diferenciada. São os pobresque pagam, são os proprietários que praticamente nãopagam”, disse.

Na avaliaçãode Pochmann, o sistema tributário além de injusto estáultrapassado. “O sistema tributário que nós temos, abase está conectada à atividade econômica doséculo 19 e do século 20. Vivemos em uma economiapós-industrial, grande parte da riqueza tem uma formaimaterial, provém dos serviços, do setor terciário,são os recursos que passam para o sistema financeiro e éuma forma mais efetiva de arrecadação com baixíssimocusto, não precisa ter fiscal, não precisa ter nota”,afirmou.

Parao presidente do Ipea, exemplificou a extinta CPMF como um “impostomais eficiente” numa visão mais moderna de arrecadação.“Eu particularmente defendi a CPMF porque é um sistema deimposto mais moderno”, disse.