Meta de inflação de 4,5% ajuda a amortecer altas imprevistas de preços, avalia Fazenda

30/06/2009 - 20h56

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de a inflação não apresentar tendência de alta nos próximos anos, a manutenção da meta de inflação em 4,5% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é importante para amortecer choques internacionais sobre os preços. A avaliação é do Ministério da Fazenda. Em nota divulgada há pouco, o ministério informou que a diminuição da meta poderia tornar a política monetária pouco flexível para absorver flutuações imprevistas na economia mundial.“No momento atual, a crise econômica implica forte retração da atividade econômica global em 2009, e as expectativas para a inflação mundial são de acomodação, sem a evidência de pressões altistas no futuro próximo. Ainda assim, a boa prática da administração monetária recomenda prudência em relação à possibilidade de ocorrência de novos choques internacionais”, destacou o ministério na nota.Segundo o ministério, a manutenção de metas de inflação muito baixas poderia prejudicar a economia ao retirar a capacidade do governo de reagir a aumentos extraordinários de preços. “Metas restritivas e ambiciosas podem se revelar prejudiciais à administração da política monetária, como ocorreu entre 2001 e 2003, quando a inflação ficou acima do teto estabelecido pelo CMN com dois anos de antecedência.”A meta de inflação representa a base da política monetária. O Banco Central (BC) aumenta ou reduz a taxa Selic, que define os juros básicos da economia, com o objetivo de que a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), vá convergir para o centro da meta.Caso a inflação aumente acima do previsto, o BC reajusta a Selic. Com uma meta menor, o Banco Central teria de elevar os juros básicos ainda mais para empurrar a inflação para o centro da meta, o que teria impacto sobre o crescimento da economia.