Secretários de Habitação do país discutem programa do governo na área

16/04/2009 - 17h24

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Secretários de Habitação estaduais e municipais e representantes dasCompanhias Metropolitanas de Habitação (Cohab) de todo o país estãoreunidos desde ontem (15) na capital paulista, no 56º Fórum deSecretários de Habitação e Desenvolvimento Urbano paradiscutir o panorama habitacional do país, políticas públicas parahabitação de interesse social e os reflexos do programa do governofederal Minha Casa, Minha Vida.  O presidente da Cohab de SãoPaulo, Ricardo Pereira Leite, disse hoje (16) que os desafios queaparecerão durante a execução do programa Minha Casa Minha Vida fazem parte de uma atividade complexa como a habitaçãopopular e devem ser solucionados de forma integral. Para ele, oprograma traz um ponto inovador, que é a atenção para peculiaridadesregionais. Pereira disse que será necessário, daqui em diante, estudarcada passo que será dado, o que deve ser fácil por conta da colaboraçãode todas as esferas de governo envolvidas no processo.  “SãoPaulo, por exemplo, é uma cidade onde há um déficit habitacional enorme ecustos de produção muito altos, por conta dos preços dos terrenos e danecessidade de fazer obras na vertical. Acho que o plano levou isso emconta, com valores diferenciados de subsídios para Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília”, disse Leite.Ele enfatizou que a prefeitura teráde buscar terrenos, e uma forma de multiplicar os espaços é construindoprédios, como forma também de aproveitar melhor a área a serconstruída. Além disso será preciso analisar as questões ligadas àsobrigações com o condomínio. “É uma organização mais complexa do queseria com uma casa, mas essa é uma circunstância que nós temos nacidade”.Leite explicou que todos os imóveis a seremconstruídos na cidade de São Paulo serão adaptáveis para os deficientesfísicos e idosos. “As pessoas de mais alta renda têm capital, ou paramudar de casa, ou para adaptar suas casas. Quando falamos de baixa renda,essas coisas não existem e as pessoas nem sempre nascem deficientes,elas podem ficar ao longo da vida”.O secretário estadual deHabitação de São Paulo, Lair Krähenbühl, reforçou que a principaldificuldade está em conciliar o local onde o empreendimento seráconstruído e a vida das pessoas, ou seja, onde as pessoas têm seusvínculos. “Nós temos uma preocupação grande em identificar os terrenosque estejam próximos de serviços públicos e que tenham uma condição deatender essa programação do programa federal”.Ele disse que não existem terrenos públicos e as áreas terãode ser desapropriadas, e a preocupação do estado é equacionar osproblemas e os custos que são próprios de terrenos mais próximos deinfra-estrutura. “Não podemos correr o risco de criar a antiga Cidadede Deus ou a Cidade Tiradentes, como aconteceu no passado. Temos que ter apreocupação de urbanismo, urbanidade, com empreendimentos menores, masque se integrem aos bairros já existentes, para evitar que as pessoastenham mais despesas para se deslocar, tenham que acordar cedo e chegartarde em casa.”     Krähenbühl afirmou que existem terrenospróximos das áreas urbanas, mas não no tamanho suficiente para osprojetos, por isso é necessário aumentar o limite dos programas. “Sãopequenos terrenos. Os empreendimentos na cidade de São Paulo são feitoslonge da cidade de São Paulo, em cidades vizinhas. Por isso o valor deR$ 50 mil é inadequado para essa população em regiões metropolitanas”.Aofinal do Fórum, amanhã (17), será elaborada a Carta de São Paulo, com umresumo do que foi discutido durante o evento e propostas que serãoentregues ao governo federal.