Isenção da Cofins para motocicletas é bem recebida por sindicalistas amazonenses

30/03/2009 - 20h07

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A isenção daContribuição para o Financiamento da Seguridade Social(Cofins) para fabricantes de motocicletas foi bem recebida por líderes sindicais no PóloIndustrial de Manaus. Segundo o representante da Central Únicados Trabalhadores (CUT) no Amazonas, Waldemir Santana, a medida,anunciada hoje (30) pelo governo, atende a uma reivindicação feita pelos sindicatos em janeiro, como forma de garantir osempregos no setor e incentivar as vendas de motocicletas.

Aexpectativa é que a medida, que vai vigorar por três meses, amenize os efeitos negativos dacrise financeira internacional nesse setor industrial na capitalamazonense, cujas vendas tiveram queda de 30% em janeiro emcomparação com dezembro do ano passado. “Temoscerteza de que a medida viabilizará o aumento das vendas e amelhoria dos preços dos produtos, além de manter os trabalhadores em seus postos”, afirmou Santana.

Para ogovernador do Amazonas, Eduardo Braga, a isençãoda Cofins no chamado setor de duas rodas vai assegurar a manutençãomilhares de empregos diretos no parque fabril de Manaus e contribuirpara a redução do preço dos produtos para oconsumidor final. Braga disse que o consumidor também terámais facilidade no acesso ao crédito, porque o governo federalestá injetando mais recursos no sistema financeiro e liberou,por intermédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES), R$ 100 bilhões para estimular o setorprodutivo. Dessetotal, cerca de R$ 5 bilhões deverão ser direcionadosàs instituições financeiras de pequeno e médioportes, responsáveis pelo financiamento das motocicletasproduzidas no Amazonas. O segmento é o segundo em faturamento noPólo Industrial de Manaus – o primeiro é o deeletroeletrônicos.Em entrevista à AgênciaBrasil, o presidente da Força Sindical no Amazonas,Vicente Filizola, disse que a isenção da Cofins nosetor de duas rodas foi uma medida justa, que tem um efeito práticoimportante neste momento de crise: “A medida é mais do quejusta para quase 30 mil trabalhadores que, direta e indiretamente,atuam no pólo de duas rodas em Manaus. Nossa expectativa agoraé de que os preços das motos caiam e, ao mesmo tempo,as vendas aumentem e os empregos sejam mantidos.”.Levantamentoda Secretaria de Planejamento do Amazonas diz que a produçãodo setor em janeiro deste ano foi 85 mil motocicletas, caindo no mêsseguinte para 81.494 unidades. Atualmente, 20 fabricantes atuam nosetor de duas rodas no pólo industrial: quatro sãoindústrias de bicicletas e 16 de motos. Juntas, essasindústrias concentram 99% de toda a produçãonacional. O total de empregos diretos no segmento saltou de 12,8 mil,em2006, para 15 mil, em 2007 e, em 2008, para 19 mil. No ano passado, os fabricantes demotos lançaram no mercado 2.388 milhões de veículos.O montante representou aumento de 27% sobre 2007, com um faturamentode US$ 4,290 bilhões apurados até junho de 2008 e28,51% de participação entre as atividades daregião.Por meio de sua assessoria de comunicação,a direção da Moto Honda informou que só vai sepronunciar oficialmente sobre o assunto depois de avaliar as medidasanunciadas pelo governo federal com outros dirigentes da empresa. Afábrica da Honda em Manaus é a únicarepresentante da marca no Brasil e a maior em número decontratações no parque fabril amazonense. A fábricajaponesa atem 10 mil trabalhadores empregados diretamente em suarepresentação no Brasil.