Saldo positivo de contratações ainda não pode ser considerado tendência, diz economista

18/03/2009 - 20h29

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Osaldo positivo de pouco mais de 9 mil contratações comcarteira assinada no mês de fevereiro, divulgado hoje (18) peloMinistério do Trabalho, ainda não pode ser consideradouma tendência. O economista da Federação doComércio de São Paulo (Fecomercio) Fábio Pinadisse que ainda é preciso ver o comportamento das contrataçõesnos próximos meses.“É umanotícia positiva, melhor do que as que vínhamos tendo,mas é preciso esperar os próximos meses para confirmaruma eventual reversão [da tendência de queda]. Agente troce para que seja isso, mas pode ser também um pontofora da curva”, afirmou Pina.Segundo ele, paraque o número de contratações continue crescendo,é preciso que haja um aquecimento da economia. Então,pode até ser possível criar 100 mil empregos no mêsde março, como afirmou hoje o ministro do Trabalho, CarlosLupi, ressaltou o economista. No entanto, mais importante do que onúmero de empregos é a manutenção dosaldo positivo, acrescentou.“Mais importantedo que criar 100 mil ou 50 mil [empregos] é que emmarço continuemos com geração positiva.Evidentemente, é melhor 100 mil do que 50 mil e do que 10 mil.Contudo, se criarmos 10 mil ou 20 mil empregos em março, vaicomeçar a se consolidar um momento de virada, e isso éo mais importante.”Para osecretário-geral da Central Única dos Trabalhadores(CUT) em São Paulo, Adi Lima, o saldo positivo em fevereiromostra que o mercado de trabalho começa a se normalizar,depois de três meses seguidos de demissões. No entanto,Lima também acha que é precipitação falarem tendência positiva para os próximos meses.“O númeroainda é modesto, é singelo, mas é um bom sinaldiante da crise mundial. O Brasil está contratando; Europa eEstados Unidos estão demitindo”, afirmou. “Dizer que essesaldo é uma tendência de alta ainda é muitoprecipitado, mas nós estamos com uma avaliaçãode que o segundo semestre do ano será certamente melhor.”De acordo com osindicalista, apesar de alguns setores, como o de ensino, teremmostrado aumento do número de contratações,ainda é preciso que a indústria volte a contratar.“Esse setor tem peso significativo no mercado de trabalho, com aconstrução civil e a indústria automobilística”,disse Lima.Conforme dadosdivulgados hoje pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados(Caged) do Ministério do Trabalho, em fevereiro deste ano,foram criados 9.179 postos de trabalho com carteira assinada. No mês,foram contratadas 1,23 milhão de pessoas e demitidas 1,22milhão.