Aumento no número de desempregados é recorde desde 2002

20/02/2009 - 13h04

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os resultados daPesquisa Mensal de Emprego, divulgada hoje (20) pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que osefeitos da crise financeira internacional começaram a sersentidos no mercado de trabalho. De acordo com ocoordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, o aumento de 20,6% no númerode desocupados nas seis principais regiões metropolitanas doBrasil nos meses de dezembro de 2008 e janeiro de 2009 foi umrecorde para esse período, desde que o levantamento começou,em março de 2002. Em janeiro, o contingente de desocupadossomou 1,89 milhão de pessoas.Segundo Azeredo, essefato somado à queda de 1,6% na passagem de um mês para ooutro no número de ocupados, reflete um cenárioeconômico conturbado.“Nessa épocado ano, é comum haver recuo no nível de ocupação,em função das contratações temporáriastípicas do fim de ano. Mas, o que não é normal éisso ter acontecido de forma tão forte, ou seja, se dispensoualém do que se tinha absorvido no último trimestre. Éuma situação que preocupa, que mostra que o cenárioeconômico em janeiro não estava favorável erefletiu expressivamente no mercado de trabalho”, afirmou.O levantamento indicou,ainda, que a taxa de desemprego avançou para 8,2% em janeiro,depois de ter registrado 6,8% em dezembro do ano passado. A taxa éa mais elevada desde abril de 2008 (8,5%) e mostra uma alta recordeentre os meses de dezembro e janeiro.“Nunca tinha sidoverificada uma variação tão expressiva entreesses dois meses”, acrescentou Azeredo.Ele destacou, ainda,que, os principais setores em que as demissões superaram ascontratações foram os da construçãocivil, que teve queda de 4,7% no total de empregados, representandouma redução de 75 mil postos de trabalho entre janeiroe dezembro, e do comércio, cuja retração foi de2,5%, com dispensa de 105 mil pessoas nesse mesmo período.Entre as capitaisobservadas, São Paulo foi a que mais sentiu os efeitos do“cenário econômico conturbado” em termos de mercadode trabalho. A região metropolitana da capital paulista ocontingente de desocupados teve alta de 32,6% entre dezembro ejaneiro.“Isso acontece em SãoPaulo, porque é lá que está concentrado o maiorcontingente de trabalhadores e de empresas, portanto reflete maisrapidamente um cenário de crise ou de melhora no mercado detrabalho”, explicou.