Crise não afeta vendas das tapioqueiras de Olinda

20/02/2009 - 20h47

Ivy Farias
Enviada Especial
Olinda (PE) - As mulheres responsáveis por fazer a tradicional tapioca, alimento de origem indígena a base de fécula de mandioca, não sentiram os efeitos da crise financeira internacional nas vendas. Em Olinda, no Alto da Sé, as tapioqueiras, como são chamadas estas cozinheiras,  relataram à Agência Brasil que o movimento de venda não sofreu redução."Estou aqui há 30 anos e ainda não tenho nada do que reclamar. O povo continua comprando do mesmo jeito que nos anos anteriores", disse dona Edite Felipe de Oliveira. Em sua barraca, as pessoas costumam pagar até R$ 5 por uma tapioca de queijo com atum. "Ainda não tenho como falar se este ano será bom, em comércio a gente nunca sabe. Na Quarta-feira de Cinzas terei uma resposta para dar sobre o movimento", afirmou.Perto da barraca de dona Edite, a tapioqueira conhecida apenas como dona Bia disse que "o povo gosta de chorar de barriga cheia". "O povo ganha dinheiro demais e diz que ganha pouco". Dona Bia ressaltou que o movimento está bom e que as pessoas não deixam de comprar sua tapioca com queijo ao preço de R$ 4. Dona Maria José Barbosa Martins é neta de índios e aprendeu a fazer tapioca em casa. Na sua barraca, no Alto da Sé, ela vende a guloseima recheada com franco com catupiry, calabresa, leite condensado e brigadeiro. "Estou vendendo, mas não tão bem como antigamente". Ela, que também produz artesanato, conta que as lembrancinhas de Olinda estão sendo mais procuradas que a tapioca. "Estou com esperanças de que no carnaval o movimento melhore", disse.