Estudantes de medicina questionam número de mortes em hospital de Dourados

19/02/2009 - 0h03

Vinicius Konchinski
Enviado Especial
Dourados (MS) - Os estudantes docentro acadêmico do curso de medicina da Universidade Federalda Grande Dourados (UFGD) reuniram-se hoje (18) com osecretário-adjunto da Secretaria Municipal de Saúde,Dilson Deguti Vieira, e o questionaram sobre os índice demortalidade do Hospital de Urgência e Trauma (HUT) e sobre aterceirização da instituição.Osalunos discordam do alto número de mortos registrado pelohospital no ano passado e também do convênio no qual aprefeitura pretende repassar a administração do HUTpara o Hospital Evangélico.Em entrevista àAgência Brasil logo após a reunião com Deguti, MessiasVilla Mendonça, membro do centro acadêmico, afirmou que o sistema de contabilidade deóbitos do governo federal, o DataSUS, mostra um númerode mortes muito menor do que o citado pelo presidente do ConselhoMunicipal de Saúde, Wilson Cezar Medeiros Alves. Alves disse que412 pacientes do HUT morreram em 2008, enquanto constam no DataSUSsomente 26 mortes.“Tudo bem que o DataSUS só têm dados até novembro,mas é muita diferença, não?”, indagou oestudante e membro do centro acadêmico (CA). “Não digoque os dados do Conselho estejam errados, mas nós temos quequestionar e saber a verdade”, disse.Mendonça tambémafirmou ser discutível o repasse da administraçãodo HUT e também do Hospital da Mulher para o HospitalEvangélico. Segundo ele, Dourados tem um HospitalUniversitário (HU) público pronto para atender parte dademanda municipal, e não seria correto delegar a umainstituição privada toda a administraçãodos dois hospitais municipais da cidade.O secretário-adjunto Dilson Deguti Vieira afirmou hoje que os questionamentos dos estudantesnão têm fundamento. Sobre os números do DataSUS,ele disse que o sistema demora até dois anos para contabilizartodos os óbitos - período confirmadona tarde de hoje pela assessoria de imprensa do Ministério daSaúde. Já sobre as supostas motivaçõespolíticas, Vieira as descartou e afirmou que o HU nãotem, neste momento, condições de prestar o mesmoatendimento que o Hospital Evangélico.Tambémhoje, o vice-reitor da UFGD e diretor-geral do HU, Wedson DesidérioFernandes, disse que a universidade tem o interesse de atenderparte da demanda do HUT e do Hospital da Mulher, porémadmitiu que a instituição universitária tem limitações.