Arrecadação do governo cresce 7,68% em 2008 e é recorde

27/01/2009 - 11h26

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo com a extinçãoda Contribuição Provisória sobre MovimentaçãoFinanceira (CPMF) e com o agravamento da crise econômica, ogoverno federal registrou recorde na arrecadação em2008. Segundo números divulgados há pouco pela ReceitaFederal, as receitas da União somaram R$ 701,403 bilhõesno ano passado. Levando em conta a inflação pelo Índicede Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esse valor é7,68% a mais que os R$ 651,371 bilhões obtidos em 2007.Apesar do recorde parao ano, a crise econômica internacional fez a arrecadaçãofederal ter a segunda queda mensal consecutiva em dezembro. Segundonúmeros divulgados há pouco pela Receita Federal, asreceitas da União somaram R$ 66,229 bilhões no últimomês.A quantia é4,71% menor que a registrada no mesmo mês de 2007, tambémlevando em conta a variação do IPCA. Em novembro, aarrecadação também havia caído nacomparação com o mesmo mês do ano anterior pelaprimeira vez desde 2004.Em dezembro, segundo aReceita, contribuíram para a desaceleração naarrecadação o menor recolhimento de tributos quedependem da renda e do lucro, além de impostos que foramreduzidos após o agravamento da crise.O Imposto de Renda dasentidades financeiras, afetadas pela queda na Bolsa, caiu 63,43% emdezembro de 2008 na comparação com dezembro de 2007. Asinstituições financeiras também pagaram àUnião menos Contribuição Social sobre o LucroLíquido (CSLL), cujas receitas caíram 24,27%.O Imposto sobreProdutos Industrializados (IPI) para veículos caiu 54,61% emdezembro, também em relação a dezembro de 2007.No mês passado, o governo reduziu as alíquotas doimposto na compra de veículos produzidos no país. Oobjetivo foi estimular as vendas de automóveis, que estavam emqueda por causa da retração no crédito.A desaceleraçãoda economia provocada pelo agravamento da crise fez a arrecadaçãoperder força ao longo do ano. Em janeiro de 2008, a Receitahavia arrecadado 20,02% a mais que no mesmo mês de 2007. Nosmeses seguintes, o crescimento em relação ao acumuladodo ano anterior desacelerou para 10%, até encerrar dezembro emapenas 7,68%.