Temporão critica Unicef por queda do Brasil no ranking da mortalidade infantil

15/01/2009 - 23h14

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, rebateu hoje (15) a queda de posição do Brasil no ranking do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), que avalia as taxas de mortalidade infantil, em crianças com até 5 anos de idade, em 194 países.Apesar dos dados do Unicef serem melhores do que os apresentados pelo ministério, Temporão disse que o Brasil poderia estar em uma posição melhor, se os índices do órgão tivessem sido utilizados. “O Ministério da Saúde diverge dos dados do Unicef. Nós fizemos uma reunião com o Unicef, em que ele reconhece os dados do ministério como mais confiáveis”, afirmou, durante a posse do novo presidente da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.De acordo com o relatório Situação Mundial da Infância 2009, divulgado hoje pelo Unicef, a taxa de mortalidade infantil em crianças menores de 5 anos no Brasil era de 22 para cada mil nascidos vivos, em 2007.Já os dados do ministério mostram que a taxa era de 23,1 para cada mil nascidos vivos, no mesmo ano.Os dados do Unicef colocam o Brasil na 107º posição em uma lista com 194 país. A posição poderia ser considerada um pouco pior que o 113º do ano passado, pois, quanto mais próximo da primeira colocação, pior a classificação do país.“[Se fossem utilizados os dados do Ministério da Saúde] estaríamos melhor posicionados do que estamos no relatório que Unicef soltou”, reforçou Temporão. Para ele, a pesquisa desconsidera o esforço do país para acabar com o problema, nos últimos 20 anos.“Nos dados do ministério, o que se percebe é uma redução sustentada e gradativa”, disse. “Às vezes, o retrato de um determinado momento não mostra toda uma trajetória”.O Unicef garante que a mudança de posição do Brasil no ranking não significa nem melhora nem piora do país no combate à mortalidade infantil e argumenta que a metodologia utilizada nos relatórios pode variar ano a ano.