Cooperativa do Haiti usa minifábrica brasileira de processamento de castanha de caju

28/12/2008 - 12h34

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cooperativa do Haiti usa minifábrica deprocessamento de castanha de caju produzida e doada por brasileiros.Instalada neste mês, a fábrica foi desenvolvida pelaEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e doadaà cooperativa haitiana pelo governo federal. De acordo com a estatal, o modelo propicia umaprodução de baixo custo e possibilitará ainserção, ao mercado, de pequenos produtores queatualmente apenas fornecem a castanha in natura para asgrandes indústrias. A princípio, a processadora deve beneficiar700 pessoas de Grande-Rivière-du-Nord, que fica 300quilômetros ao norte da capital haitiana, Porto Príncipe.Entretanto, para o pesquisador Fábio Paiva, da EmbrapaAgroindústria Tropical, que tem sede em Fortaleza, a açãobrasileira pode servir de incentivo para outras açõesno mesmo sentido. Ele esteve no Haiti entre os dias 6 e 19 dedezembro acompanhando a instalação dos equipamentos.“Naquela região tem várias ONGs[organizações não-governamentais] comrecursos, que podem adquirir novas minifábricas. Vemos esseprojeto como uma unidade demonstrativa, para incentivar a produção.Esperamos que a iniciativa privada e o governo também semotivem e repliquem o modelo no país, que estáprecisando de ajuda”, afirmou Paiva. O valor médio de uma planta como a que foidoada pelo governo brasileiro é de US$ 60 mil.Segundo o pesquisador, atualmente, a castanha ébeneficiada em condições higiênicas precárias.Mesmo assim, os haitianos conseguem um bom preço pelo produto,cerca de US$ 20 por quilo. Com a nova tecnologia, a castanha poderáser ofertada com melhor qualidade. Os equipamentos apresentam índicesde até 85% de amêndoas inteiras, enquanto no cortemecanizado das indústrias tradicionais a média éde 55%. Paiva disse que a minifábrica tambémpode beneficiar banana, agregando mais valor a essa fruta, muitoproduzida no Haiti. Em relação à castanha innatura, a capacidade diária de processamento é de500 quilos. Depois da instalação, 30 pessoas dacomunidade foram treinadas para operar os esquipamentos. O projeto de cooperação, chamadoTransferência de Tecnologias em Sistemas de Produçãoe Processamento de Caju, é coordenado pela AgênciaBrasileira de Cooperação (ABC), pela Embaixada doBrasil no Haiti e pelo governo haitiano, por meio do Ministérioda Agricultura, dos Recursos Naturais e do Desenvolvimento Rural, comrecursos do Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento (Pnud).