Para economista, "medo" é o pior conselheiro em tempos de crise

27/12/2008 - 10h39

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O medo é o piorconselheiro para o enfrentamento dos efeitos da crise financeiramundial. A afirmação é do economista LuizGonzaga Belluzzo, um dos principais interlocutores do presidente LuizInácio Lula da Silva, quando o assunto é políticaeconômica. “Acho que toda asociedade está alerta para isso, está disposta aenfrentar. É preciso não temer [os efeitos dacrise]. O medo é o pior conselheiro que se pode ter nessemomento”, disse o economista, em entrevista à TV Brasil.Economista da Unicamp, Belluzzo foi chefe daSecretaria Especial de Assuntos Econômicos do Ministérioda Fazenda, no governo de José Sarney, e secretário deCiência e Tecnologia do Estado de São Paulo, no governode Orestes Quércia. Belluzzo ressaltou, no entanto, que épreciso não subestimar os efeitos da crise internacional. “Aomesmo tempo não se pode subestimar os efeitos de uma crise queé geral, internacional, que não vai poupar ninguém.”“O consumidor brasileiro não deve seassustar. Se ele se assustar e se retrair, além do que énecessário para se proteger, claro que o efeito sobre osdemais vai ser ruim. Se eu paro de gastar, você para de ganhar.Se eu não compro o seu produto, prejudico sua renda. Com isso,você prejudica o outro”, explicou.A idéia de Belluzzo está no centroda campanha que o governo lançou, estimulando o consumo, duassemanas antes do Natal que tem com o slogan “O mundo confiano Brasil e o Brasil confia nos brasileiros”.Para ele, a economia brasileira mostra que temcondições de enfrentar a crise sem que haja desempregoem massa. Nesse caso, Belluzzo destaca a necessidade de o governoabsorver o desemprego que deverá ser gerado no próximoano. “O desemprego em massa é umaprobabilidade muito baixa. Se o desemprego aumentar, é precisoque o governo reabsorva a franja de desempregados que foi criada pelodesenvolvimento da crise. Mas desemprego em massa, eu achoimprovável”, comentou.