Presidente da CSN não descarta demissões no setor, mas diz que esse não é seu objetivo

11/12/2008 - 14h15

Daniel Lima, Yara Aquino e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN),Benjamin Steinbruch, não descartou demissões no setor diante da crise econômicamundial. Segundo ele, não é objetivo de nenhum empresário demitir, mas é precisoter o mínimo de condições para cuidar das empresas.“A gente tem que cuidar das empresas, a gente tem que cuidardos empregos, mas a gente tem que ser realista”, disse o empresário. Eleinformou também que, por enquanto, não houve alteração nos preços das commodities,porque os contratos vão até abril de 2009. Steinbruch destacou que o problema continua sendo a demanda,pois não adianta nada ter preço, mas não ter ninguém que compre.Steinbruch foi um dos participantes da reunião, no Palácio do Planalto, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e empresários de diversos setores, para discussão de novas medidas de estímulo à economia.Para opresidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, o encontro de Lula com os representantes do setor produtivomostrou“a disposição do governo de encontrar soluções”para os problemas gerados pela crise econômica no país.Ele ressaltou, porém, que é preciso analisar as medidasadotadas para verificar seus reflexos. Gerdau disseque o grupo não pretende demitir funcionáriosem 2009, mas afirmou que “o modo de evitar demissões éativar a economia”. Ele disse que a empresa não vai cortarprogramas já em andamento, no valor de R$ 3 bilhões,mas não deverá iniciar investimentos neste momento decrise. Segundo o empresário, há fontes definanciamento no exterior que estão fechadas, e o governo devebuscar soluções para esse problema. Gerdau informouque, além de medidas na área de financiamento, ogoverno analisa ações na estrutura tributária.De acordo com o empresário, na reunião, o presidenteLula prometeu não cortar investimentos, mas ampliar, porexemplo, as aplicações no Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC).Para ele, o presidente do Banco Central,Henrique Meirelles, que também participou da reunião,transmitiu uma boa mensagem ao afirmar que “há flexibilidadede encontrar soluções que se ajustem àsnecessidades [do país]”. Na opinião de Gerdau,a taxa básica de juros (Selic), mantida em 13,75%, pode serreduzida. “No Brasil existia uma situação anterior emque a demanda era maior do que a oferta. Hoje a oferta é maiorque a demanda. Então dá para mexer nos juros.”