Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Peritos do Exército e da Polícia Federal fizeram hoje (11) a reconstituição da suposta tortura de um jovem dentro de um quartel do Exército, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, em novembro deste ano. O adolescente, de 16 anos, teria pulado o muro da unidade militar desativada para fumar maconha com um amigo, quando teria sido abordado por soldados que o espancaram e jogaram spray em seu corpo, provocando queimaduras de primeiro e segundo graus.Acompanharam a reconstituição, o jovem, sua mãe e o advogado João Tancredo. De acordo com o advogado, o adolescente está em casa desde sábado, depois de passar por tratamento médico no Hospital da Aeronáutica, na Ilha do Governador. Apesar disso, ele ainda apresenta lesões graves pelo corpo, além de ter perdido parcialmente a vista esquerda.João Tancredo disse ainda que o jovem está psicologicamente abalado e que sentiu isso durante a reconstituição. "O jovem relembrou, estando no local, de todos os momentos de angústia que passou, de toda violência que os militares praticaram contra ele. Isso foi de muito sofrimento. Ele chegou a chorar em um determinado momento quando disse que foi jogado ao chão e chutado e logo depois os soldados jogaram mais spray. Mas ele foi firme, porque não queria prejudicar ninguém e queria que fosse apurada toda a verdade", disse.João Tancredo falou que vai entrar com uma ação para tentar conseguir tratamento psicológico para o rapaz. Ele informou que até o dia 10 de janeiro o inquérito será concluído.