Seminário internacional debate em Curitiba caminhos do Brasil com a crise

08/12/2008 - 10h25

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O que está acontecendo com o Brasil? O país está no caminho certo? Essas e outras questões serão debatidas de hoje (8) a quinta-feira no seminário internacional Crise – Rumos e Verdades,  promovido pelo governo do Paraná. Cerca de 600 pessoas se cadastraram para o encontro, que pretende chegar a novas  propostas para enfrentar a crise. Estão previstas 30palestras de economistas, professores e administradores brasileiros e da Itália, Inglaterra, Alemanha, China,Argentina, Venezuela, México, Rússia, Equador e Estados Unidos. Segundo o governador do Paraná, Roberto Requião, que abriu o evento na noite de ontem (7), o governo federal liberou depósitos compulsórios para os bancos, que não liberam crédito para a economia.  “Em vez disso, aplicam o dinheiro em letras do Tesouro. Então, já temos uma crise de crédito, além de um problema brutal de saída de recursos. Pois, se os dólares e outras moedas continuam entrando, já acumulamos um prejuízo de US$ 7 bilhões no balanço de entradas e saídas, segundo o governo federal”.Na pauta do seminário, discussões  sobre a economia mundial, crise e poder mundial; crise e integração sul-americana; crise e projeto nacional, qual é o projeto que o Brasil possui,  a crise e o sistema financeiro mundial: o papel da China, dos Estados Unidos, da Rússia e da Índia. Crise e Brasil. De acordo com o governador, ao contrário do que pode parecer, não é uma discussão sobre o Brasil, é sobre os projetos nacionais, é a globalização versus Estado-nação. O presidente da indústria de eletro-eletrônicos Gradiente, Eugênio Staub, um dos palestrantes da abertura do seminário, defendeu a manutenção do crédito da habitação, a redução da taxa de juros e de impostos e a manutenção de investimentos como medidas necessárias para o Brasil não reduzir o ritmo do crescimento econômico durante a crise do capitalismo global.  Para o economista Carlos Lessa, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),  a crise financeira que o mundo atravessa é a crise da superestrutura financeira criada ao longo de 25 anos. Lembrou que  o mercado financeiro movimenta 130 trilhões de dólares em ativos primários e outros prováveis 540 trilhões de dólares em derivativos financeiros. “É um volume assustadoramente descolado da riqueza acumulada pela economia real — a soma dos Produtos Internos Brutos de todos os países soma apenas 60 trilhões de dólares”. As pessoas que quiserem fazer perguntas pelo telefone e por e-mail aos debatedores contam com o apoio de economistas do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e da Secretaria de Planejamento e Coordenação. Estão disponibilizadas dez linhas telefônicas com ligações gratuitas. O atendimento é  feito por estudantes, que repassam  as perguntas aos técnicos e estes encaminham  as dúvidas aos debatedores.O seminário está sendo transmitido ao vivo pela TV e pela Rádio Paraná Educativa  No último dia do evento, serão publicadas  as despesas e o valor da contribuição de cada órgão que participou do seminário.