Presidente da Abrasca prevê para 2009 menor volume de captações privadas

02/12/2008 - 16h32

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Opresidente da Associação Brasileira das CompanhiasAbertas (Abrasca), Antonio Castro, disse hoje (2) que sua expectativapara o próximo ano não é de recuperaçãono volume de captações privadas, especialmente ações,mas de mudança de perfil. Para ele, não deveráse repetir em 2009 o fenômeno registrado no ano passado, comingresso maciço de investimentos estrangeiros em Bolsa deValores. OBrasil era uma resposta muito boa pela quantidade de ofertas queestavam sendo feitas, e os mercados tinham condiçõesprivilegiadas. E não é à toa que 70% dessasemissões foram tomadas por investidores estrangeiros”,lembrou Castro.Segundo ele, neste fimde ano, entretanto, devido à crise internacional, o que sesente é uma mudança de perfil do investidor, compredominância dos que têm aversão a riscos. Eleressaltou que, embora o Brasil esteja bem posicionado entre os paísesemergentes, com o aumento da aversão a riscos, “os títulosdo Tesouro americano começam a ter uma procura muito grande.”Castro disse que o investidor estrangeiro está conservador eque, atualmente, existe um certo receio de ir para o mercado de rendavariável.O presidente da Abrasca acredita quea crise continue em 2009 nos Estados Unidos. Nesse cenário,ele admite que pode haver uma retomada parcial do mercado de capitaisno Brasil. “Possivelmente, o primeiro semestre americano seguecomprometido, talvez um pouquinho mais do que isso. E o mercado gostamuito de operar em determinadas janelas. Isso deixaria uma janelamuito pequena, que é de setembro a novembro. Então, aprobabilidade de haver uma retomada significativa é pequena.”Para o momento atual,Castro recomenda que aos investidores outros instrumentoscomo as debêntures, que sãotítulos de dívida de médio e longo prazoemitidos por empresas, que conferem a seu detentor um direito decrédito contra a companhia. Os recursos captados por meio dedebêntures são usados em geral no financiamento deprojetos, reestruturação ou aumento de capital de giro.Como as debêntures costumam ter normalmente lastro de empresassólidas, Castro considera o momento atual “interessante paraa emissão desses papéis”.