Meirelles reúne-se com deputados para avaliar situação do Brasil diante da crise mundial

02/12/2008 - 23h20

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Deputados da Comissãode Finanças e Tributação da Câmara dosDeputados reuniram-se hoje (3) com o presidente do Banco Central,ministro Henrique Meirelles. Ele informou os parlamentares sobre asituação do Brasil frente à crise econômicamundial.Segundo o deputadoGuilherme Campos (DEM-SP), o tom da reunião foi “maisamistoso do que de cobrança”. Na opinião doparlamentar, o Brasil está em uma situaçãoeconômica privilegiada, mas o impacto da crise serápercebida mais fortemente no primeiro trimestre de 2009.“O Brasil ainda estáno embalo de final de ano”, afirmou. Para Campos, “o BC estáfazendo a parte dele”. No entanto, acrescentou, o governo precisareduzir os gastos públicos.Campos assinalou que acrise, no Brasil, está ligada a setores específicos –crédito e exportações - e foi agravada por causadas enchentes em Santa Catarina, o que provocou o fechamento do portode Itajaí.Na avaliaçãodo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), apesar de não serpossível dimensionar “o tamanho” da crise financeirainternacional, o Brasil está em situaçãoprivilegiada por contas das reservas internacionais e outros fatoreseconômicos. Contudo, alertou, o impacto da situaçãofiscal ainda não foi totalmente medido.Hauly defendeu um pactoentre os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo paraenfrentar a crise, que deve levar dois anos para ser superada.De acordo com Campos, otema inflação não foi debatido na reuniãocom Meirelles. Na próxima semana, o Comitê de PolíticaMonetária (Copom) reúne-se para definir a taxa básicade juros, a Selic, usada pelo Banco Central para controlar ainflação. A Selic está em 13,75% ao ano.Segundo o boletimFocus, do Banco Central, a estimativa das cinco instituiçõesfinanceiras que mais acertam as projeções é deque Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche oano em 6,4%. Esse percentual está próximo do limitesuperior da meta de inflação para o ano, que éde 6,5% - o centro é de 4,5%.