Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Aprevisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) decrescimento de 3% para o Produto Interno Bruto (PIB – soma de todaa riqueza do país) do Brasil em 2009, foi analisada comotimismo pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, hoje (28) no encontro Créditoe Sistema Tributário,no Rio de Janeiro.Deacordo com Meirelles, mesmo na visão conservadora do FMI,o país vai crescer mais do que a previsão para a médiamundial de 2% em 2009, e quase o dobro do crescimento médio,de 1,8%, registrado de 1999 a 2003, e mais do que a média de2,1% observada de 1980 a 2003.
“Portanto,mesmo no momento, agora, de crise mundial gravíssima, a maiordesde 1929, a visão do FMI é que nós vamoscrescer 3%. Substancialmente acima da média mundial e da médiado que o Brasil cresceu em 24 anos, de 1980 a 2003”, disse.
Meirellesreafirmou que o Brasil vem se preparando, há alguns anos, parater um crescimento sustentado, sem subidas e descidas, “sair dopadrão de arrancadas e freadas que teve durante muito tempo -dava um crescimento muito rápido e depois recessão,decrescia o PIB. Agora não, é uma crise. Éséria. Tem uma desaceleração importante. Mas,mesmo um pessimista diz que (o crescimento) é 3%”, disse.
Apesar de considerarséria a crise financeira internacional, o presidente do BancoCentral afirmou que o país vai manter o seu crescimentosustentado “e, mais importante, retomando o crescimento a partir de2010 em taxas maiores”. Para Meirelles, isso “significa que oBrasil não vai perder a sua trajetória de crescimentosustentado”.
Henrique Meirellesavaliou que o atual quadro da economia mundial não éagradável. Segundo ele, só com as Bolsas de Valores omundo perdeu cerca de US$ 30 trilhões. E deixou claro que oBrasil não está imune à crise. Mas a estáenfrentando “com rapidez e decisão, e mais fortalecido”.
O presidente do BancoCentral informou que na próxima segunda-feira (1º)), opresidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), Luciano Coutinho, vai detalhar o plano de créditopara capital de giro, da linha adicional de R$ 10 bilhõesdestinada a pessoas jurídicas, “onde a recuperaçãoobservada, em comparação a outubro, da ordem de 1,2%,foi muito tímida até agora”. Bem aquém darecuperação de crédito das pessoas físicas,de 14%, revelou Meirelles.