Hospitais de estados Sul garantem que não serão afetados pela falta de gás

28/11/2008 - 19h52

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A interrupção no fornecimento de gás natural para o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina não deve afetar os serviços oferecidos por hospitais dos dois estados.Além da empresa Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), responsável pelo gasoduto atingido no último domingo (23) em função das chuvas, ter acionado um plano de emergência para que residências, hospitais e estabelecimentos comerciais continuem recebendo o produto, boa parte dos hospitais operam com caldeiras que funcionam tanto com gás, quanto com óleo diesel.“A princípio não houve qualquer problema com relação ao fornecimento de gás. E, de qualquer forma, os hospitais podem usar outras fontes de energia, como o óleo diesel”, afirmou o diretor-executivo da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Santa Catarina (Fehoesc), Braz Vieira, explicando que o possível reflexo da eventual substituição do gás pelo diesel será o aumento dos custos, já que o diesel custa mais caro que o gás natural.A assessoria do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, um dos principais estabelecimentos particulares de saúde de Blumenau (SC), afirmou que o estabelecimento utiliza caldeiras elétricas e por isso não foi e não será atingido pelo contingenciamento de gás.No Rio Grande do Sul, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) substituiu o gás por óleo diesel em uma de suas duas caldeiras. Mesmo assim o engenheiro de edificações do HCPA, Fernando Martins Silva, garante que o estabelecimento continua recebendo o gás e que seus serviços não deverão ser afetados.“Continuamos consumindo o gás que há na rede [do gasoduto]. Com base nas informações que recebemos, acreditamos que o volume de gás existente [na tubulação] é suficiente para nos abastecer pelo tempo deve demorar para o duto ser reparado".Segundo Silva, a substituição parcial foi uma “medida de precaução”. “Não houve e estamos certo de que não haverá qualquer prejuízo para os serviços prestados pelo hospital”.De acordo com o engenheiro, a substituição do gás natural pelo diesel elevará os gastos mensais do hospital entre 20% e 25%. ]“Se permanecermos operando com óleo nossos custos irão aumentar. Fizemos alguns ajustes nas caldeiras para tentar minimizar o impacto da substituição do gás pelo diesel, mas, ainda assim, calculamos que os gastos aumentarão cerca de R$ 35 mil mensais”, disse, explicando que, por precaução, uma das duas caldeiras do hospital já está operando com diesel.Outro hospital particular de Porto Alegre, o Moinhos de Vento, confirmou que continua recebendo gás normalmente. Suas caldeiras também são do tipo que funcionam com óleo diesel e o plano de contingenciamento do estabelecimento, segundo a assessoria, prevê a alternância do combustível caso falte gás.A previsão da TBG é que o reparo do duto demore mais 18 dias. Desde o dia do acidente, a empresa, em acordo com as distribuidoras SCGás e SulGás, implementou um plano de contingência que prevê o fornecimento de apenas 30 mil metros cúbicos de gás natural por dia. Segundo a assessoria da TBG, o volume é suficiente para atender os serviços essenciais (residências, hospitais e comércio) durante o período que durarem as obras.