Professor diz que Brasil fez propostas importantes na reunião do G20

10/11/2008 - 13h48

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As posições manifestadas pelo Brasil na reunião do G20, ocorrida no último fim de semana em São Paulo, sobre a necessidade de ser promovida ampla reforma na arquitetura do sistema financeiro internacional e da participação dos países emergentes nas decisões multilaterais tomadas em conjunto pelos governos dos países das economias mais desenvolvidas foram o resultado mais importante do encontro, para o país.A avaliação é do professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), professor José Luiz Oreiro. Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, ele afirmou hoje (10) que os países emergentes se posicionaram adequadamente ao mostrar que é preciso reformular a atuação de instituições criadas no pós-guerra, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.  "Não é mais sustentável que os países desenvolvidos, basicamente os Estados Unidos, a França e a Inglaterra detenham quase que por completo o monopólio das decisões das duas instituições", afirmou. Oreiro destacou o peso econômico que o Brasil e a África do Sul têm  no cenário atual. As propostas feitas pelo Brasil, lembrou, entrarão  na pauta da reunião de chefes de Estado do G20, que ocorre no próximo dia 15, em Washington. Ele também considerou bem colocada a previsão do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, de que o crescimento da economia mundial, em 2009, virá exatamente dos países emergentes, com a recessão que ocorrerá nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, em vista do peso que esses países têm para a solução da crise financeira internacional. Oreiro disse ter a mesma opinião da ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Roussef, que, na Itália, no último fim-de-seman, disse que os países emergentes fazem  parte, agora, da solução da crise financeira internacional iniciada nos Estados Unidos. A reunião do G20 que ocorreu em São Paulo teve a participação de ministros da área econômica e de presidentes de bancos centrais e foi preparatória do encontro dos chefes de Estado.