Polícia Federal nega indiciamento do delegado Protógenes Queiroz

10/11/2008 - 16h31

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Superintendênciada Polícia Federal em Brasília negou hoje (10) que odelegado Protógenes Queiroz, responsável pela OperaçãoSatiagraha, vá ser indiciado ainda esta semana em inquéritopolicial que investiga o vazamento de informaçõesdurante as investigações. A assessoria do órgãodisse à Agência Brasil que o delegado Amaro VieraFerreira, da Corregedoria da PF, ainda não relatou o inquéritoe que por essa razão ainda não é possívelindiciar nenhuma pessoa. De acordo ainda com aassessoria, não há prazo para que o inquérito,que corre sob sigilo, seja relatado. A possibilidade dodelegado Protógenes Queiroz ser indiciado foi veiculada hoje(10) em jornais de grande circulação nacional. Umareportagem do jornal O Globo afirma que Protógenes seráindiciado ainda esta semana pelos crimes de quebra de sigilofuncional, desobediência, usurpação de funçãopública, prevaricação, grampos e filmagensclandestinas. O jornal também afirma que o delegado poderesponder pelo uso de agentes da Agência Brasileira deInteligência (Abin) sem conhecimento de seus superiores e deter informado com antecedência a uma emissora de TV e a outrospoliciais os nomes das pessoas que seriam presas durante a OperaçãoSatiagraha. Na semana passada, umareportagem do jornal Folha de S.Paulo afirmou que o delegadocorregedor Amaro Vieira Ferreira teria quebrado o sigilo telefônico,sem ordem judicial, de dezenas de aparelhos Nextel usados porjornalistas na noite em que a operação foi deflagrada,para tentar descobrir o responsável pelo vazamento da operaçãoà imprensa. Em nota, a PolíciaFederal negou a informação, afirmando que “nãoinvestiga jornalistas no referido inquérito policial”.A OperaçãoSatiagraha, deflagrada pela Polícia Federal no dia 8 de julho,prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e oex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Uma semana depois, odelegado Protógenes Queiroz deixou a condução daoperação. Na época, a Polícia Federalalegou que o próprio delegado pediu o seu afastamento do casopara fazer um curso superior de polícia em Brasília.Mas o delegado fez uma queixa formal à Procuradoria daRepública em São Paulo afirmando ter sido afastado dasinvestigações. Segundo a PolíciaFederal, depois de ser relatado, o inquérito feito pelacorregedoria será encaminhado para o Ministério PúblicoFederal, que pode abrir uma denúncia e levá-lo àJustiça, devolvê-lo para a Polícia Federal ou atémesmo considerá-lo inadequado, sem encaminhá-lo paranenhum outro órgão.