Professor critica Senado por abrir brecha ao nepotismo

15/10/2008 - 18h47

Da Agência Brasil
Brasília - O professor de ética e política Unicamp Roberto Romano criticou hoje (15) a decisão da Mesa Diretora do Senado de permitir que os parentes de senadores contratados em datas anteriores ao início de seus atuais mandatos continuem trabalhando na Casa. No Brasil, reina "a sociedade do favor", alfinetou, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.Para o professor, obrasileiro tem dificuldade em perceber a impessoalidade, auniversalidade, a publicidade e a transparência dos cargos. “Se aqueles que produzem a lei ignoramos princípios da Constituição, eles estãonão apenas delinquindo, mas também acabando com a fé pública.”Romano conta que oEstado inaugurado no Brasil por D. João VI se estabeleceu comidéias contrárias às das revoluções inglesa, americana e francesa, que instituíram a responsabilidade pública. “O próprio STF[Supremo Tribunal Federal] declara que define aquilo que é obvio em uma repúblicae aceita que exista esse privilégio. Essa é umacontradição que me parece muito mais grave do que essada não-punição de integrantes dos Poderes quetêm familiares trabalhando", diz, referindo-se à brecha ao nepotismo aberta pelo Senado.