Palocci não vê motivo estrutural para o Brasil viver uma crise

15/10/2008 - 20h53

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Antonio Palocci (PT-SP) defendeu hoje (15) cautela e responsabilidade na agenda e nos projetos que são prioritários nesse momento de crise econômica mundial. "A  presença de pressão sobre a nossa economia na crise externa nos faz olhar com muitaresponsabilidade a nossa agenda", afirmou.De acordo com o ex-ministro da Fazenda, não há motivos para uma crise estrutural no Brasil. "Eu não acredito que o Brasil viverá uma crise,até porque estruturalmente as contas públicas estão bem, as empresas estão bem, os bancos estão bem. Portanto, não há motivo estruturalpara o Brasil viver uma crise".No entanto, Palocci observou que os efeitos da crise externa vão ser sentidos no Brasil na medida, por exemplo, em que as linhas externasde dólares para as exportações "vão secando cada dia mais". "Esse tipo de situação pode exigir atitudes mais amplas do governo. Mas nãoacredito que o Brasil possa viver uma crise, dado que o nosso processo de equilíbrio e de crescimento está se dando em  bases bastantesólidas", disse o deputado.Na avaliação do ex-ministro, o impacto sofrido pelo sistema financeiro americano é muito grande e  é inevitável que ele seja distribuído pelomundo afora. Segundo ele, o impacto da crise traz dificuldades para o Brasil, principalmente no caso das empresas que têm compromissosexternos, que vão rolar esses compromissos com taxas muito mais altas."A fonte de dólar para as exportações está mais difícil, ou seja, o financiamento do desenvolvimento fica mais caro. Então, desse ponto devista, nós sofreremos impacto, mas acredito que se tomarmos as atitudes certas e trabalharmos na agenda correta nesse período, nós vamosminimizar os efeitos desses impactos", disse o ex-ministro.De acordo com Palocci, as preocupações do presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e dos líderes partidários, é selecionar para serem votados os projetos de lei e matérias que tenham correlação com medidas a serem adotadas para combater a crise. Elecitou o caso da Medida Provisória 442, que dispõe sobre medidas contra a crise e citou, também, a reforma tributária que, embora não tenhaefeito de curtíssimo prazo, ajuda na competitividade.