Micro e pequenas indústrias temem falta de crédito

07/10/2008 - 14h45

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os micro e pequenosempresários da indústria manifestaram hoje (7) no 3ºCongresso da Micro e Pequena Indústria preocupaçãocom a possibilidade de a crise financeira provocar uma diminuiçãodas linhas de crédito no Brasil. As micro e pequenasempresas, em geral, são responsáveis pela geraçãode 60% de emprego, têm 20% de participação naformação do Produto Interno Bruto (PIB) e somam 98% dototal de companhias existentes no país, segundo dados doServiço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas de SãoPaulo (Sebrae-SP). O presidente do órgão,Fábio Meirelles, defendeu a necessidade do fortalecimento dosetor. “Não é possível adotar uma posiçãocontrária ao do desenvolvimento que temos mantido nos últimosanos, o que nos permitiu um salto de crescimento no Brasil”,salientou. O diretor doDepartamento da Micro e Pequena Indústria da Fiesp, MiltonBógus, dsse que vem acompanhando os desdobramentos da crisefinanceira com preocupação. Ele destacou que um dosfatores que chama a atenção é o impacto sobre ocâmbio, que ontem (6) chegou a atingir uma valorizaçãode mais de 7% sobre o real, cotado no fechamento dos negóciosa R$ 2,20. Esse aumento, segundoele, tem sido provocado pela fuga de muitos investidores para a moedanorte-americana como forma de uma proteção contra asoscilações de queda do mercado acionário.Bógus acreditaque para o setor das micro e pequenas empresas a valorizaçãocambial poderá até ser benéfica, já quepode segurar a concorrência com os produtos importados. Eledisse, porém, que “uma cotaçãosob equilíbrio” é o ideal para o setor, levando emconsideração que em algumas atividades das micro epequenas também há a dependência de insumoscomprados no exterior.O empresárioCarlos Bittencourt, da Triátlon, que atua na oferta deserviços de qualidade de vida às empresas e nofornecimento de materiais esportivos, disse que em seus negóciosjá há sinais que configuram um receio na tomada dedecisões pelos clientes, na maioria grandes empresas. “O momento éde expectativa porque não sabemos até que ponto essacrise vai impactar nossos negócios”, disse. Segundo o empresário,por conta das incertezas, seis grandes clientes adiaram a assinaturade contratos na prestação de serviços, sendodois americanos, um francês, um alemão e dois japoneses.