Vigília pede fim da violência contra as mulheres em Pernambuco

30/09/2008 - 21h57

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cercade mil pessoas participaram hoje (30), no município de Goiana,na Zona da Mata pernambucana, de uma vigília pelo fim daviolência contra a mulher no estado.De acordo com Joana Santos, coordenadora do Fórumde Mulheres de Pernambuco, que organizou a manifestação,205 mulheres foram assassinadas no estado de janeiro deste ano atéhoje e a mobilização é uma forma de chamar aatenção da sociedade para o problema. “É uma forma de estarmos na rua colocandonosso protesto e indignação frente ao alto índicede violência e assassinatos de mulheres aqui no estado”,defendeu Joana.Na avaliação da ativista, aviolência contra a mulher em Pernambuco é resultado deuma série de fatores.“São vários fatores que searticulam. Eles vão da dimensão do patriarcado àviolência institucional, à violência físicae psicológica e se afirmam como uma forma de opressãodas mulheres”, afirmou.A realização da vigília emGoiana coincidiu com o encerramento de uma plenária demulheres da Zona da Mata, que concentra 37% dos casos de violênciacontra a mulher no estado. A região é composta por maisde 50 municípios.“É uma região no qualhistoricamente predomina um sistema coronelista, patriarcal e dedominação econômica a partir da monocultura dacana, mas que hoje também reúne váriosmovimentos organizados de mulheres”, explicou Joana.Uma das deliberações da plenáriafoi uma moção pela implementação da LeiMaria da Penha, que pune a violência doméstica contra amulher.“Quando se trata do interior do estado émais difícil haver não só o acesso, mas aprópria existência dos serviços de atendimento àmulher vítima de violência. Essa moção éfoi no sentido de chamar a atenção das estruturasgovernamentais para pressionar os municípios a implementar osserviços”, destacou.Segundo Joana, até hoje apenas quatroDelegacias de Atenção à Mulher (DAM) foramimplantadas em todo o estado de Pernambuco, cuja populaçãofeminina ultrapassa 2,5 milhões de pessoas, conforme oInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Aestimativa do movimento contra a violência contra a mulher éque seria necessário instalar mais 36 Delegacias deAtendimento à Mulher no estado.