Fiesp prevê queda na produção de exportadoras

30/09/2008 - 21h47

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A crise econômica mundial tem modificado asexpectativas de crescimento da indústrias brasileiras, principalmente das exportadoras. Hoje (30), o diretor do Departamento de Relações Internacionais doComércio Exterior da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), RobertoGiannetti da Fonseca, afirmou que o cenário de retração de crédito e elevaçãodo dólar deve reduzir as exportações nacionais, impactar negativamente naprodução dessas empresas e, por conseqüência, na produção de outros setores.“Com a crise, as pessoas tendem a ser cautelosas. Elas vãocortar consumo, viagens e dispêndios; e isso vai afetar a economia”, disseFonseca. “As exportadoras terão de  renegociarcontratos, oferecer descontos ou então começar a planejar um down size, umcorte temporário na produção, uma estratégia para sobrevivência.”Segundo ele, essa possível redução na produção dasexportadoras pode também contagiar outros setores da economia nacional e criarum “ciclo vicioso” de retração. “Com menos produção, menos emprego; com menosemprego, menos consumo; com menos consumo, menos produção; e assim por diante.”Estudos realizados pela consultoria LCA já apontam que a crise causará uma quedano ritmo de crescimento do Brasil nos próximos dois anos. Francisco Pessoa Faria, economista da LCA, afirma que em 2009 e 2010, o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ser de 3,7% e 4,1%,respectivamente. Neste ano, segundo ele, o crescimento será de 5,1%.Faria diz ainda que, caso o pacote de ajuda dos bancosnorte-americano seja rejeitado pela Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o cenário é mais pessimistas. O crescimento do PIB brasileiro deve ser de 2%, em2009, e 2,9%, em 2010. “O pacote seria um remédio para diminuir o pânico dos investidores e melhorar o nível de liquidez do mercado. Creio que ele será aprovado,mas, se não for, as conseqüências serão ainda piores.”O economista Alkimar Moura, professor da Fundação GetulioVargas em São Paulo, também acredita na retração do crescimento. Apesar deafirmar que a dimensão real da crise ainda não ser conhecida, ele estima que ocrescimento do PIB do país caia de 5%, previstos para este ano, para 3,5%, em2009.